O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

20 DE MARÇO DE 2014

33

ao nível económico e teremos uma fatura grande, em dinheiro, a pagar. Ora, é isso que queremos também

evitar.

Sr. Primeiro-Ministro, por outro lado, gostaria de dizer que as metas que a União Europeia está a impor aos

países, independentemente da sua situação económica concreta, é uma coisa extraordinariamente

preocupante. Ou seja, impor determinadas metas sem ter em conta as realidades concretas e os impactos

diferenciados que metas iguais podem ter sobre realidades diferentes, é uma coisa preocupante. Nesse

sentido, aquilo que gostaríamos de dizer é que as metas que nos são impostas são incompatíveis com a

nossa capacidade de gerar crescimento e, portanto, com a nossa capacidade de gerar riqueza.

Assim se vai formando uma Europa das desigualdades, uma Europa onde a Alemanha é grande e onde

Portugal é pequenino e nos encontros que Pedro Passos Coelho tem com a chanceler Merkel nota-se essa

grandeza da Alemanha e essa pequenez de Portugal. E, Sr. Primeiro-Ministro, isto deve, também, merecer-

nos preocupação.

Por outro lado, gostava de terminar dizendo o seguinte: tomara, Sr. Primeiro-Ministro — mas tomara

mesmo! —, que os portugueses, na próxima oportunidade que são as eleições europeias, deem um claro

recado — mas grande! — ao Governo português, à troica e à União Europeia, que tanto fazem definhar este

País.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Ribeiro e Castro.

O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as

e Srs. Deputados: A

União Europeia tem atravessado anos muito difíceis e vive ainda desafios muito fortes. Como se não bastasse

um certo «engasganço» económico, a crise e a incerteza financeira, as dificuldades sociais e a crise social,

chegou a crise da Ucrânia. Esta é uma crise difícil: dura, exigente, muito complexa.

Pela nossa parte, não queremos, nem devemos, contribuir para uma escalada, pelo contrário, mas não

devemos diminuir minimamente a sua gravidade. É uma crise grave. Mais, é uma crise perigosa, muito

perigosa. Oxalá haja uma saída limpa para a embrulhada que se armou na fronteira leste da União Europeia.

O Conselho Europeu e os Estados-membros devem avaliá-la como o mais estrondoso fracasso da política

de vizinhança da União Europeia e o mais intenso desafio com que está confrontada.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Mas erros de avaliação não justificam nem desculpam,

minimamente, a ação russa.

Tem de ser dito que não queremos confrontação com a Rússia, queremos cooperação e boa cooperação

com a Rússia, mas é indispensável que a Rússia, por seu lado, não queira confrontação com o resto da

Europa, queira boa cooperação também e perceba que vivemos no século XXI, não no século XIX, nem

sequer no século XX.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — O dever de solidariedade nesta contingência é

indiscutivelmente com a Ucrânia, uma vez que a anexação da Crimeia é inaceitável na substância, no tempo e

no modo.

Se mais não houvesse para dizer, este foi um movimento traiçoeiro, ou seja, aproveitar um tempo de

vulnerabilidade política de um vizinho que atravessa uma transição democrática muito difícil para lhe

abocanhar uma parte do território é um procedimento politicamente inaceitável e moralmente muito reprovável.

Depois da blitzkrieg inventou-se o blitz referendum para mascarar a ilegitimidade da anexação territorial a

que fomos assistindo, em direto e pela televisão, na Crimeia e no Kremlin.

As consequências destes factos são incalculáveis, na exata significação da palavra — impossíveis de

calcular. E não devemos confundir com aceitação a placidez e a tranquilidade com que olhamos factos