I SÉRIE — NÚMERO 62
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inaceitáveis, pelo que os condenamos energicamente no plano político e diplomático. Repito: são factos
inaceitáveis, que deixarão rasto no terreno e na memória.
Creio que é muito importante termos uma diplomacia enérgica e clara na União Europeia e conseguir uma
estabilização mínima que permita que as eleições do próximo dia 25 de maio decorram bem, com liberdade, e
que as novas autoridades ucranianas possam conduzir a saída desta crise de uma forma estável e duradoura.
Tenho algumas saudades das décadas em que as pessoas se lamentavam de que a Europa era um
gigante económico e um anão político. Há quanto tempo já lá vão esses tempos em que nos lamentávamos
das coisas que nos corriam bem, porque não éramos sequer um anão político e éramos, geralmente,
respeitados.
Hoje, somos um grandalhão económico, um pouco desajeitado, temerosos do nosso desígnio e
politicamente, demasiadas vezes, em desconchavo. Este Conselho Europeu e o tempo até às eleições
europeias de maio são mais uma oportunidade para fazer renascer o sonho europeu e responder às
aspirações dos cidadãos e aos desafios da atualidade.
Não sei se todos os 28 seremos capazes disso, mas esse é o convite que aí está mais uma vez.
Será importante que Jean-Claude Juncker seja o próximo presidente da Comissão Europeia.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Dos candidatos apresentados é, indiscutivelmente, aquele que
é um experiente governante, um experiente primeiro-ministro e tem longos anos de liderança do ECOFIN. É,
portanto, o mais experimentado, o mais apto, para lidar com as exigências preponderantes deste tempo difícil
que atravessamos e vamos ainda atravessar no próximo quinquénio. Além disso, é também um grande amigo
de Portugal.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Ao contrário da Sr.ª Deputada Catarina Martins, quero felicitar o
Sr. Primeiro-Ministro pelo êxito da sua visita, ontem, a Berlim, pelo apreço que obteve pelos resultados que
Portugal tem conseguido, com muita dificuldade e muito esforço, e também pelo apoio que colheu para as
próximas tarefas que teremos de cumprir. Isto é muito importante.
Pelo nosso lado, no CDS, gostámos muito de o ouvir dizer que Portugal faz a sua parte e a exigir também
que União Europeia faça mais.
A oposição, frequentemente, critica o discurso do Governo, mas nós estamos conscientes de que temos de
fazer a nossa parte e exigimos que a União Europeia, por seu lado, faça mais e corrija as desigualdades e as
assimetrias. É isto que, no fundo, nos afasta do Partido Socialista. O Partido Socialista não quer que façamos
a nossa parte, mas é indispensável que a façamos, até para ganharmos crédito e força para exigir da União
Europeia que faça também melhor a sua parte.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Por exemplo, acompanhamo-lo totalmente no dinamismo, na
determinação com que tem exigido passos decisivos na união bancária. Acompanhamos o Governo nessa
exigência e temos também uma grande expectativa de que, antes das eleições europeias, o consenso entre o
Conselho e o Parlamento Europeu possa ser obtido, mais próximo das linhas que o Parlamento Europeu tem
posto em cima da mesa, que são aquelas que, de facto, resolvem o problema, acabando com a fragmentação
financeira que tanto penaliza a nossa economia.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Temos também esperança de que o Partido Socialista se
aproxime progressivamente do consenso e do bom senso que são indispensáveis nesta matéria.