I SÉRIE — NÚMERO 85
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Este flagelo é causador de grandes emissões de CO2, assim como é nefasto para a conservação da
biodiversidade, não só pelas espécies que vão diminuindo consideravelmente, caso do pinho, como também
promove a cultura de espécies de crescimento rápido.
Importa, por isso, promover e estimular a prevenção florestal, valorizando os resíduos florestais resultantes
das operações de gestão, exploração e limpeza da floresta, de forma a reduzir significativamente a carga de
combustível existente no seu seio.
Portugal está a exportar grandes quantidades de pellets, assim como resíduos, para que no norte da
Europa se acrescente valor a estes produtos, na produção de energia. Temos que ser capazes de o fazer em
Portugal, criando emprego e acrescentando valor, de modo a que a mais-valia fique em Portugal, valorizando
economicamente os nossos recursos.
Assim, cabe ao Estado apoiar iniciativas que promovam a valorização dos resíduos florestais,
designadamente no âmbito da economia verde.
Neste trabalho foi também evidenciada a eficácia do fogo técnico; recomendando-se, por isso, a
incrementação desta ferramenta quer na prevenção quer no combate.
O uso do fogo controlado, como forma de eliminar a carga de combustível no interior dos povoamentos
florestais, é tarefa simples e eficaz.
Quanto ao fogo de supressão, importa alargar a credenciação de utilizadores destas operações.
Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: A utilização de
máquinas de rasto na prevenção e combate deve ser ampliada, pois trata-se de um meio extremamente eficaz
nas duas operações.
Muitos incêndios deflagram a partir de reacendimentos. As máquinas de rasto constituem uma ferramenta
essencial no rescaldo, pelo que associações de produtores florestais, ZIF, associações de desenvolvimento e
outras entidades devem ser apoiadas na aquisição deste equipamento.
Existem entre nós associações de desenvolvimento que, com apoio comunitário, construíram projetos-
piloto no âmbito prevenção da floresta contra incêndios com enorme sucesso.
Este equipamento é aquele que deve estar em permanência na floresta, mantendo infraestruturas de
prevenção, ficando disponíveis para o combate nos períodos mais críticos.
Esta prática está testada e comprovada em território nacional, com reduzidos custos de investimento e
operação, se comparada com utilização de meios aéreos, sendo que a utilização de meios aéreos é essencial
em ataques ampliados, pelo que se recomenda a aquisição de aviões pesados por parte do Estado.
Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Sr.as
e Srs. Deputados: Concentrar numa única entidade a prevenção e
combate é uma hipótese que se recomenda ter em conta no futuro. Daqui resultaria uma melhor coordenação
de meios e evitaria alguma dificuldade de estabelecer a fronteira entre estas duas atividades que se
complementam.
Enaltecendo o trabalho e empenho de todos os nossos bombeiros, que, ano após ano, põem em risco a
sua própria vida na defesa de bens e haveres assim como na defesa de outras vidas, defendemos a contínua
melhoria da sua formação, assim como a utilização adequada de equipamentos pessoais de segurança;
defendemos uma melhor coordenação dos meios logísticos, em parceria com as autarquias locais, utilizando
equipamentos disponíveis que permitam melhorar o conforto nos períodos de descanso; e defendemos o
reconhecimento e valorização do Estatuto do Bombeiro.
Queremos uma floresta verde. Todos podemos contribuir para isso. Portugal sem fogos depende de nós.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Durante a intervenção, foram projetadas Imagens , que podem ser vistas no final do DAR.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Os
incêndios são um enorme problema para o País, destroem áreas produtivas, colocam comunidades em risco e
traduzem-se numa enorme perda ambiental e económica.