14 DE MAIO DE 2014
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florestal, temos a experiência do não cumprimento, por parte do Governo, das resoluções da Assembleia da
República.
O problema não é a falta de relatórios, recomendações ou legislação. Só relatórios sobre incêndios
florestais há, pelo menos, três publicados. O problema é de concretização. Veja-se a Estratégia Nacional para
a Floresta, que contém planos de prevenção, metas, calendarizações, mas cuja concretização está muito
aquém do programado. Se em matéria de combate houve avanços, ainda que insuficientes, como ficou
demonstrado em 2012 e 2013, em matéria de prevenção regrediu-se. Basta ver a evolução da concretização
das faixas de gestão de combustível.
Os consensos em torno destas matérias são importantes mas não permitiremos que eles escondam a
inação do Governo. Não permitiremos que os partidos que têm responsabilidades governativas usem os
consensos parlamentares para esconder as suas opções políticas.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista, do CDS-PP.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Não posso deixar de saudar
duas pessoas no âmbito do Grupo de Trabalho cujo Relatório aqui hoje apresentamos.
Em primeiro lugar, quero saudar o coordenador, o Vice-Presidente do Parlamento Guilherme Silva, pelo
empenho e pela forma como conduziu os trabalhos, permitindo um amplo debate, permitindo ouvir um
conjunto de entidades, de personalidades e de posições para se poder aquilatar da importância do Grupo de
Trabalho.
Quero saudar também o relator, o nosso colega Deputado Miguel Freitas, pela forma como elaborou o
Relatório, pela forma como aceitou as críticas e as sugestões de cada grupo parlamentar e as integrou nas
recomendações que hoje aqui trazemos como projeto de resolução.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, permitam-me que realce algumas das
questões que aqui trazemos como recomendações.
Na opinião do CDS, o facto de trazermos aqui um conjunto de recomendações no âmbito da economia, no
âmbito da economia florestal e no âmbito do planeamento é desde logo, e se mais não fosse, motivo de
satisfação.
Sr.ª Presidente, do conjunto de recomendações que trazemos aqui relativas à floresta, para tornar a
floresta uma atividade económica com interesse, eu salientava, desde logo, a recomendação no sentido de se
promover uma maior interação entre as instituições de investigação e o setor — as universidades, desde logo,
mas também a administração, a produção e a indústria.
A intenção, que a Sr.ª Ministra já hoje também aqui referiu, é a de existir para este setor uma plataforma de
acompanhamento semelhante à Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar
(PARCA), para poder haver um trabalho conjunto no sentido da valorização e do interesse económico deste
setor.
Quero deixar também uma nota quanto a uma outra recomendação, que por si só poderá ser motivo de
dignificação económica — a criação do alvará florestal. É uma das reivindicações do setor que permitirá trazer
para o mesmo empresas para trabalharem de uma forma quase dedicada à atividade florestal.
De salientar também a questão da certificação florestal, que por si só é uma mais-valia e uma valorização
da produção florestal, a questão dos incentivos fiscais e a questão da gestão agrupada. Estas matérias são
fundamentais para uma atividade que se quer rentável, como já aqui foi reconhecido por vários grupos
parlamentares, e esta não é uma questão ideológica, é uma questão de valor da floresta e para que a floresta
possa ser sustentável.
No âmbito do planeamento destaco apenas, e só, dois aspetos. Em primeiro lugar, o incentivo do
planeamento, o facto de a execução e a gestão poderem ser intermunicipais, de poder haver até um comando
operacional intermunicipal, dado que, às vezes, não é possível ter estes comandos a nível municipal.
Em segundo lugar, destaco a questão da realização de ações de treino para operações dos bombeiros.
Não é só a formação inicial que nos preocupa, porque, como ouvimos referir ao longo das reuniões deste
grupo de trabalho, é preciso haver treino conjunto, depois da formação inicial, para que se verifique uma