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I SÉRIE — NÚMERO 85

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continuidade na formação e também para a valorização do trabalho dos bombeiros, uma vez que este treino

também deve ser feito para outras entidades na área da proteção civil que aqui se destacam.

Finalmente, é de referir a possibilidade de poder vir a existir uma carreira no âmbito da proteção civil.

Estas são as notas que eu gostaria de deixar ficar relativamente ao conjunto de recomendações que

fazemos no Relatório, realçando sobretudo as que se referem às áreas da economia, da economia florestal e

do planeamento florestal.

Aplausos do CDS-PP, do PSD e do Deputado do PS Miguel Freitas.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, como sabem, o presente debate decorre nos termos do artigo 73.º

do Regimento, comportando um período de encerramento, no qual intervirão, em primeiro lugar, os grupos

parlamentares e, a seguir, o Governo.

A Conferência de Líderes não definiu, para este debate, uma ordem concreta para as intervenções de

encerramento, pelo que seguiremos a regra geral, ou seja, começando do grupo parlamentar mais pequeno

para o maior.

Sendo assim, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, de Os Verdes.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, Sr.as

e

Srs. Deputados: Gostaria de dizer, em nome de Os Verdes, que a constituição deste Grupo de Trabalho foi

uma importante iniciativa da Assembleia da República.

Não se pode propriamente dizer, olhando os vários relatórios já produzidos pelo Parlamento, que tenhamos

andado descuidados no que diz respeito ao acompanhamento da matéria dos fogos florestais, mas neste

momento, e face ao que ocorreu no ano passado, impunha-se um trabalho mais aturado de atualização de

conhecimento, com o envolvimento de todos os que andam no terreno para, num esforço colaborativo,

produzirmos melhorias num sistema de prevenção e de combate aos incêndios florestais e, assim, se evitarem

os dramas a que o País, infelizmente, tem assistido.

Por isso, em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, queria saudar todos os que colaboraram neste

Grupo de Trabalho e, pela forma como conduziu magnificamente os trabalhos, dirigir um cumprimento especial

ao Sr. Vice-Presidente Guilherme Silva, coordenador deste Grupo de Trabalho. Queria também dirigir uma

saudação muito especial ao Sr. Deputado Miguel Freitas, que foi relator do Relatório produzido por este Grupo

de Trabalho, envolvendo todos num consenso que se impunha, com um trabalho de qualidade que merece ser

destacado.

Mas não me levarão a mal, Sr.as

e Srs. Deputados, se a saudação mais especial e, por que não dizê-lo, a

homenagem for dirigida a todos aqueles que, no terreno, todos os anos fazem frente aos fogos florestais que

destroem o País, isto é, em particular, aos bombeiros.

Muitos aspetos são destacados no Relatório mas gostaria de salientar que estamos confrontados com

factos que são já hoje realidades, não são cenários virtuais. Falo, por exemplo, das alterações climáticas. Face

àquilo que o conhecimento científico já produziu, constatou e nos garante como um futuro próximo, temos de

estar preparados para o pior.

De facto, o aumento das temperaturas, produzindo, portanto, o aumento do risco de propagação de

incêndios florestais, vai ser uma realidade, ou melhor, é já hoje uma realidade com a qual estamos

confrontados. Apostar, portanto, na mitigação e na adaptação às alterações climáticas é determinante,

impondo-se implementar uma política transversal, que Os Verdes consideram que não está a ser produzida

com a celeridade e com a atenção devidas.

Há uma outra matéria a realçar, e que já aqui hoje foi levantada, que se prende com a questão do

abandono do mundo rural. Este abandono, Sr.as

e Srs. Deputados, deixa a nossa floresta despida. E esta é

também uma matéria transversal, porque quando o Governo impõe o encerramento de serviços públicos,

designadamente no interior do País, justamente nas zonas mais ruralizadas, o que está a fazer é a afastar

população do desejo de se instalar no interior e no mundo rural, o que, como é óbvio, é contraproducente.

O ordenamento florestal é, naturalmente, uma questão determinante. A Sr.ª Ministra pode trazer os

números que quiser que ainda assim não conseguirão avaliar exatamente a repercussão concreta de uma