19 DE JUNHO DE 2014
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O Sr. Bruno Dias (PCP): — E qual é o vosso contributo?
O Sr. António Prôa (PSD): — … aquele que promoveu a especulação imobiliária, aquele que obrigou as
famílias a hipotecarem uma vida para compra de habitação, aquele que expulsou jovens dos centros das
cidades, aquele que promoveu a desertificação e a degradação dos centros urbanos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Prôa (PSD): — Não trazem nenhum contributo para o debate que importa fazer e no qual
estamos, como sempre estivemos, disponíveis e empenhados, como melhorar o regime jurídico do
arrendamento urbano.
Protestos do PCP e do BE.
Permitam-me, por isso, Sr. Presidente, Sr.
as e Srs. Deputados, utilizar o escasso tempo de que dispomos
na apreciação da petição apresentada pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, cujos
representantes aproveito para saudar, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, bem como os seus 4540
subscritores.
Uma saudação, desde logo, pela iniciativa de se dirigirem à Assembleia da República utilizando um
mecanismo de intervenção cívica que deve ser valorizado e, sobretudo, pela atitude de uma organização tão
representativa que, defendendo um ponto de vista que não é necessariamente o único em face dos diversos
intervenientes e interessados nesta matéria particularmente complexa e sensível, apresenta propostas que
podem contribuir para melhorar o atual regime jurídico do arrendamento urbano, especialmente na
componente não habitacional.
Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, a atual lei, que alterou o regime jurídico do arrendamento, inclui
condições necessárias para cumprir os objetivos de dinamizar o mercado de arrendamento, fomentar a
reabilitação urbana e promover a mobilidade, incentivando a economia local.
Importa, no entanto, salvaguardar adequadamente o pequeno comércio de proximidade, que é parte da
identidade das cidades, mecanismo de promoção de integração comunitária e fator de dinamismo da
economia local.
A atual lei contém mecanismos de salvaguarda das situações mais frágeis. No entanto, pode e deve ser
melhorada do ponto de vista da afinação e eficácia desses mecanismos, bem como da correção dos
instrumentos de proteção ao pequeno comércio e ao comércio tradicional.
Neste sentido, o Governo, através do Sr. Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e Energia,
com uma atitude de total abertura e disponibilidade que importa assinalar, comprometeu-se a apresentar no
Parlamento as melhorias à Lei consideradas adequadas tendo em atenção as conclusões da Comissão de
Monitorização.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António Prôa (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.
Ora, o trabalho desta Comissão foi recentemente concluído. É uma Comissão que envolve todos os
interessados, e aproveito para elogiá-la pelo interessante trabalho mas também pelo exemplo de cooperação
entre intervenientes com pontos de vista muito diferentes.
Aguardamos, por isso, a iniciativa do Governo, que deverá ser o momento de efetuar uma avaliação da
questão do arrendamento urbano nas várias vertentes, discutindo e propondo as melhorias necessárias.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Altino Bessa.