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I SÉRIE — NÚMERO 95

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as camas e macas dos corredores dos serviços de medicina que existiam, permanentemente, há mais de 20

anos; os serviços de urgência foram requalificados…

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Faltam fraldas, faltam remédios, faltam luvas, faltam cuidados clínicos…

A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Sim, Sr. Deputado Paulo Sá, nós também lá fomos ver!

Houve um aumento do número de camas disponíveis, quer na unidade de cuidados intensivos, quer na

unidade de AVC, quer na unidade de cuidados intermédios; foram alargadas as enfermarias, permitindo o

internamento de doentes de forma mais condigna.

Todas estas alterações organizativas conduzidas na rede hospitalar da região do Algarve permitiram

melhorar a articulação entre serviços, em particular nas áreas de especialidade médica, onde mais se sente a

carência de recursos humanos médicos.

Estas alterações permitiram também reduzir os prejuízos operacionais para mais de metade do valor

registado em 2011 e, desta forma, reunir melhores condições para prestação de melhores cuidados de saúde

hospitalar que correspondam às necessidades da população.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — É só maravilhas! Então, por que é que os doentes se queixam?!

A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Acreditamos, o PSD acredita que o

Serviço Nacional de Saúde deve privilegiar cada vez mais a eficiência e a qualidade dos cuidados de saúde

que presta e não confinar-se a uma estrutura fechada sobre si mesma, refém de interesses legítimos, mas que

nada têm a ver com as efetivas necessidades de saúde das populações. E é nessa procura de satisfazer as

necessidades da população que acreditamos, pois só assim é possível minimizar situações de desconforto

para os doentes, passando a existir todas as especialidades necessárias, todos os dias do ano, evitando-se a

deslocação de centenas de doentes.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís

Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Começo por saudar, em

nome do Partido Ecologista «Os Verdes», os milhares e milhares de cidadãos que subscreveram a petição em

defesa do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e da manutenção de todos os serviços de especialidade,

recursos humanos e materiais no hospital de Portimão. Uma saudação que, naturalmente, se estende também

à Comissão de Utentes dos Serviços de Saúde de Portimão, que promoveu e dinamizou esta petição que,

antes de mais, nos mostra os reais objetivos do Governo em matéria de saúde.

De facto, o Governo, com o pretexto da utilização mais eficiente dos recursos disponíveis e de uma gestão

integrada e racional da rede pública de unidades hospitalares, o que está a fazer é a colocar em causa a

qualidade dos serviços e a limitar, de forma muito preocupante, o acesso dos utentes aos cuidados de saúde.

É este o resultado dos processos de fusão e concentração de unidades hospitalares que o Governo tem

vindo a fazer por todo o País e, neste caso, às populações do Algarve. Dez anos após a fusão dos hospitais

de Lagos e Portimão, que deu, aliás, origem à criação do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e que levou

as pessoas a perderem especialidades no hospital de Lagos, o Governo avançou agora para a criação do

Centro Hospitalar do Algarve, que impõe a fusão do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio e do hospital de

Faro.

Ora, esta fusão, apesar das mais-valias apregoadas pelo Governo, tem-se mostrado absolutamente

desastrosa para as populações do barlavento algarvio, no que diz respeito ao acesso aos cuidados de saúde.

O atendimento no hospital de Portimão passou a ser um verdadeiro martírio, importantes especialidades foram

retiradas e transferidas para Faro, faltam médicos especialistas, os utentes acumulam-se nas urgências, há

atrasos incompreensíveis nos exames e nas consultas e até já há falta de utensílios e medicamentos

essenciais para o bom funcionamento do hospital de Portimão.