19 DE JUNHO DE 2014
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A terminar, direi que Os Verdes acompanham as preocupações dos peticionantes, votando a favor das
iniciativas legislativas que hoje também estão em discussão e que vão ao encontro das pretensões dos
peticionantes, ou seja, que visem colocar um fim a este processo de fusão do hospital de Faro e do Centro
Hospitalar do Barlavento Algarvio no Centro Hospitalar do Algarve.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo
Sá.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, deixo uma pergunta: a quem serve a
concentração dos hospitais de Faro, Portimão e Lagos num único centro hospitalar? Não serve, de certeza, os
interesses dos algarvios e do Algarve. Apenas beneficia as entidades privadas prestadoras de cuidados de
saúde na região.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — É extremamente revelador o facto de a multiplicação de oferta de serviços de
saúde privados na região ocorrer em paralelo e em consequência do estrangulamento financeiro a que são
sujeitos os hospitais do Algarve.
A Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, do CDS, reconheceu que o Algarve e o País enfrentam gravíssimos
problemas na prestação de cuidados de saúde e a Sr.ª Deputada Elsa Cordeiro, do PSD, até mostrou
compreensão pelas queixas dos peticionários. Mas, perante isso, pergunta-se: de quem é a responsabilidade
pela degradação dos cuidados de saúde no Algarve e também no País?
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — É do PSD e do CDS! E antes era do PS! Estes três partidos da troica interna
levaram a cabo uma política de subfinanciamento crónico do Serviço Nacional de Saúde, de encerramento de
serviços e de valências dos hospitais, de concentração de unidades hospitalares, de encerramentos de
centros de saúde e de extensões de saúde.
Estes três partidos, PS, PSD e CDS, são responsáveis pela degradação dos cuidados de saúde no Algarve
e no País e os algarvios não esquecerão isso.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Concluímos, assim, este ponto da ordem do dia, sendo os projetos de
resolução votados na próxima sexta-feira.
Vamos passar ao ponto seguinte da ordem de trabalhos, que consiste na apreciação da petição n.º 309/XII
(3.ª) — Apresentada pela TEM — Associação Todos com a Esclerose Múltipla, solicitando à Assembleia da
República o fim da proibição de prescrição de medicamentos nos hospitais, conjuntamente com o projeto de
resolução n.º 1073/XII (3.ª) — Recomenda ao Governo que garanta o acesso dos doentes aos medicamentos
de que necessitam bem como a disponibilização atempada e adequada dos mesmos (BE).
Para proceder à apresentação do projeto de resolução do BE, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, deixo a saudação
da bancada do Bloco de Esquerda aos mais de 5500 peticionários e peticionárias que dirigiram uma proposta
e um alerta à Assembleia da República.
Saúdo também o conjunto de associações de doentes, um conjunto muito alargado, e representantes de
grupos de doentes crónicos que também subscrevem esta petição.
O que defendem os peticionários? Que cada doente tenha acesso ao medicamento mais adequado para a
sua doença, prescrito pelo médico e devidamente aprovado pelo Infarmed; nem mais, nem menos, que cada
doente tenha acesso ao medicamento mais adequado. Simples, não é, Sr.as
e Srs. Deputados? Extremamente