27 DE JUNHO DE 2014
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Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, hoje damos mais um passo cumprindo algo que estava por
concretizar há mais de 10 anos. Dirão que não fazemos mais do que a nossa obrigação, é verdade, mas
outros já o poderiam ter feito e nada fizeram.
Termino como comecei: perante os problemas, as lacunas, os desafios, este Governo e esta maioria não
viram a cara. Enfrentam-nos e resolvem-nos.
O País fica a ganhar, ficamos todos a ganhar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente António Filipe.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem um pedido de esclarecimento do Sr. Deputado Rui Barreto.
Sr. Deputado Rui Barreto, tem a palavra para pedir esclarecimentos.
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Cavaleiro, a primeira palavra queria
dirigi-la ao Governo, saudando por esta iniciativa e pela forma maturada como se tem feito este debate.
Este debate não vem de agora, tem sido feito de algum tempo a esta parte e, por isso, é de todo o
interesse que, chegados até aqui, tragamos para a esfera da legalidade aquilo que é ilegal.
Esta autorização legislativa pretende, por isso, conformar num regime jurídico uma série de diplomas que
versam sobre esta matéria. Aliás, o Governo quer aproveitar não só para regular os jogos online mas também
para regulamentar outro tipo de apostas de base territorial que ainda não estavam reguladas, como referiu o
Sr. Deputado: as apostas hípicas e as apostas desportivas à cota.
Importa saber, neste momento, o que é que está regulado em Portugal. Estão regulados os jogos de
fortuna e azar, através da Lei do Jogo, os jogos de casino, as slotmachines, o póquer e o bingo; estão também
reguladas, em Portugal, as apostas desportivas mútuas e os jogos sociais do Estado, que são da exclusiva
exploração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; e estão reguladas as apostas hípicas mútuas, às quais,
embora estando reguladas, o Estado ainda não atribuiu qualquer tipo de concessão.
O que falta regulamentar é, pois, os jogos online. E, sobre isto, importa referir que estes jogos existem de
uma forma disseminada por todo o mundo, por toda a Europa e também em Portugal, e daí a pertinência de
trazer para a esfera legal estes mesmos jogos.
Mas há dois aspetos, entre muitos, que, na ótica do CDS, eu gostaria de relevar. Um aspeto importante é a
questão da segurança dos agentes no acesso ao jogo online e, também, na proteção dos jogos que existem
hoje na esfera da Santa Casa da Misericórdia.
É importante que se garanta a proteção dos jogadores, nomeadamente o acesso dos menores; a proteção
do registo; a rastreabilidade; a informação financeira; o reforço do Inspeção-Geral dos Jogos, prevenindo-se a
fraude a o branqueamento de capitais.
Quero também aqui salientar a notabilíssima função social que é exercida pela Santa Casa da Misericórdia
de Lisboa, e que é de particular e premente necessidade que este regime jurídico que se pretende
implementar proteja não só os jogos sociais e desportivos que tem agora a Santa Casa da Misericórdia como
venham ainda a incrementar-se novas receitas, com a afetação das mesmas.
Existem, no quadro atual, jogos desportivos e jogos de aposta mútua que estão na esfera da Santa Casa
da Misericórdia, e por isso, Sr. Deputado Paulo Cavaleiro, a questão que lhe coloco é a seguinte: com esta
regulamentação, ficam defendidos os jogos que atualmente são da exclusividade da Santa Casa da
Misericórdia? Com esta regulamentação, podem incrementar-se novas receitas para uma entidade centenária
de particular importância e que deve ser também protegida com esta regulamentação?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Cavaleiro, para responder.
O Sr. Paulo Cavaleiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Rui Barreto, queria agradecer-lhe a sua
intervenção e a pergunta que me colocou.