12 DE MARÇO DE 2015
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O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … para pretensamente querer agradar a todos. É assim, Srs.
Deputados. E por uma razão muito simples: nós não trocamos convicções por conveniências. Assinalem isso,
Srs. Deputados!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Acreditamos no que dizemos. E dizemos sempre, sempre o que pensamos.
Protestos do PS.
Acreditamos, de facto, Sr. Primeiro-Ministro, que o País está diferente, que o País está melhor, e que isso
se deve ao esforço e à capacidade dos portugueses.
Pergunto-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: há ou não há, de facto, uma trajetória consistente de diminuição do
desemprego? Há ou não há condições mais favoráveis de financiamento do Estado e da economia, que
favorecem o investimento e que vão também favorecer o aproveitamento do Portugal 2020?
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Há ou não há credibilidade na nossa política orçamental? Veja-se, por
exemplo, o que acontece com a meta do défice de 2014: ainda recentemente, a UTAO veio precisamente
afirmar que essa meta vai ficar abaixo daquilo que era estimado. Que diferença de credibilidade para os anos
que antecederam o exercício de funções deste Governo, Sr. Primeiro-Ministro!
E há ou não há razões para continuarmos a acreditar que 2015 vai, de facto, ser o primeiro ano, desde o 25
de Abril, em que vamos ter um défice abaixo de 3% e em que vamos alcançar esse objetivo sem necessidade
de qualquer medida adicional de restrição?
Mas, Sr. Primeiro-Ministro, como sempre dissemos, a estabilização financeira, a sustentabilidade financeira
é um pressuposto, não é o fim da nossa política. É um pressuposto que abre horizontes. Abre o horizonte do
crescimento económico, que, de resto, já temos; abre o horizonte da recuperação do emprego, que, de resto,
também já temos; e abre também o horizonte da preservação do Estado social.
A oposição, hoje, não falou aqui do Estado social, mas eu quero falar do Estado social, Sr. Primeiro-
Ministro. E vamos falar até, particularmente, do caso da saúde.
Peço, Sr. Primeiro-Ministro, que tenhamos todos a capacidade, o distanciamento de não concentrar a
nossa atenção numa ou noutra situação anómala, que respeitamos e que envolveu concidadãos nossos, mas
a questão não é essa, Sr. Primeiro-Ministro. A questão é a de saber se este caminho de estabilização
financeira permitiu, ou não, melhorias no serviço que é prestado às pessoas.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Essa é que é a questão!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — É ou não é verdade, Sr. Primeiro-Ministro, que, em 2014, depois de todo
o esforço que tivemos de fazer, o Serviço Nacional de Saúde teve mais consultas, teve mais cirurgias,…
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Mais demissões!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … teve mais episódios de urgência tratados, e funcionou com taxas
moderadoras com mais isenções do que aquelas que havia, mesmo antes de termos o País com tanta
restrição financeira?
É verdade ou mentira, Sr. Primeiro-Ministro, que temos hoje os medicamentos mais baratos? E que são
mais baratos à custa não do Orçamento do Estado mas da diminuição das margens das farmacêuticas e
mesmo das farmácias?