I SÉRIE — NÚMERO 60
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Estamos também a criar condições para que o serviço dessa dívida represente menos para futuro.
Concluo, Sr. Deputado, dizendo que o País diferente que precisamos de construir, a dita mudança que o
País precisava de fazer tem vindo a efetivar-se. O que precisamos agora é de consolidá-la e de continuar a
fazer essa mudança. Sabemos quem trouxe a mudança ao País, mas sabemos também o que nos custou
mudar. E não há nenhum português que se esqueça do que custou esta mudança necessária que dará
sustentabilidade às finanças públicas para futuro e que garantirá uma economia mais aberta para Portugal,
com mais emprego.
Por isso, é que é importante prosseguir com políticas que não nos atirem para o passado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Neste momento, registaram-se manifestações de protesto de um elemento do público presente nas
galerias.
A Sr.ª Presidente: — Faça favor de sair. Faça favor de sair imediatamente. O senhor tem sair, se faz favor,
e de respeitar o Parlamento.
Pausa.
Termina, assim, o primeiro debate desta tarde.
Srs. Deputados, vamos passar a um segundo debate, preparatório do próximo Conselho Europeu, nos
termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 4.º da Lei de Acompanhamento, Apreciação e Pronúncia pela
Assembleia da República no âmbito do Processo de Construção da União Europeia.
A moldura do debate é a seguinte: na fase de abertura, usará da palavra o Sr. Primeiro-ministro; seguir-se-
ão intervenções de todos os grupos parlamentares; finalmente, na fase de encerramento, intervirá de novo o
Sr. Primeiro-Ministro.
Tem, pois, a palavra, Sr. Primeiro-Ministro, para abrir o debate.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Como é público, na próxima semana,
vamos realizar o Conselho Europeu, a meio do Semestre Europeu. Por essa razão, e não obstante termos na
nossa agenda matérias de natureza externa tão importantes como a Cimeira da Parceria Oriental, a avaliação
no que respeita à crise que se vive na Ucrânia e às relações entre a União Europeia e a Rússia e, sobretudo, a
questão da Líbia como mais emblemática da situação que se vive na luta contra o terrorismo e a radicalização,
é importante recordar não apenas o tema escolhido como pano de fundo da cimeira, o da energia, mas
também as questões relacionadas com o Semestre Europeu.
Relativamente à energia, gostaria apenas de recordar que a Comissão Europeia apresentou uma
comunicação na base da qual deveremos construir uma estratégia que permita atingir um mercado interno de
energia pleno.
Muitas das decisões que foram adotadas, e que têm vindo a ser objeto de execução pelos diversos países,
inserem-se numa estratégia clara, já apontada no Conselho Europeu de dezembro passado, e que deverá
prolongar-se de modo a permitir, em primeiro lugar, que todo o custo eficiente possa ser devidamente atendido
nos novos investimentos que se venham a realizar e, em segundo lugar, a criação de um mercado interno de
energia, que possa refletir-se em menores custos para os cidadãos consumidores e para as empresas,
sustentando, portanto, o crescimento da economia e do emprego, e que nenhuma situação de isolamento
energético possa permanecer.
As metas que foram então estabelecidas serão agora escrutinadas em função dos projetos em concreto
que estarão a ser discutidos.
No caso de Portugal e de Espanha, em particular, gozamos da vantagem de termos conseguido, tal como
disse no debate anterior, com o envolvimento da Comissão Europeia, estabelecer um convénio que nos
permite fazer a monotorização de todo o processo de investimento, que garantirá que, até 2020, a situação de
isolamento energético entre a União Europeia e a Península Ibérica passe para o passado