I SÉRIE — NÚMERO 80
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Estatísticos) e nem sempre as CIM e as NUT coincidem com o que é o distrito,…» — até diz mais — «… à
exceção de Viana do Castelo e do Algarve, onde a própria CIM coincide com o distrito».
Há aqui algumas situações que, eventualmente, teríamos de ver. A organização dos municípios e das CIM
não tem, necessariamente, de ser toda do Estado. Não tem, necessariamente, de ser assim. A nível de
organização, a grande maioria dos serviços desconcentrados do Estado ainda continua a manter soluções
distritais: a segurança social, alguns organismos ligados ao Ministério das Finanças, as direções distritais de
finanças, algumas organizações da área da saúde ainda continuam a manter muitas das referências distritais.
Mas essa é uma questão que, se calhar, eventualmente, também se pode pôr em cima da mesa para
discussão.
A segunda coisa de que a Associação Nacional de Municípios Portugueses faz ênfase é no que diz
respeito a dizer que o presidente da câmara é a autoridade municipal de proteção civil. Também me parece
que isso não é, de todo, irrelevante para a questão da lei, até porque a própria lei das autarquias locais diz que
é o presidente da câmara que é a autoridade municipal de proteção civil.
Ou seja, no âmbito político, podemos dizer que também esta não é uma lei conflituante, que dê grande
perspetiva de debate, mas acho que deve ser operacionalizada depois, na sua execução. E então, Sr.ª
Ministra, Sr. Secretário de Estado, acho que temos de ter o cuidado de todos os agentes da proteção civil
estarem motivados, sensibilizados, numa organização bem estruturada e bem hierarquizada, para que tudo
isto possa funcionar perfeitamente.
A proteção civil, hoje, já não é só um problema de socorro. É, sobretudo, uma organização de prevenção e
de monitorização de riscos e, em caso de necessidade, deve ter um socorro perfeitamente organizado, muito
bem
Pergunta o Sr. Deputado Miguel Freitas onde é que estão os GIPS, sobretudo no caso dos fogos florestais.
Sr. Deputado, então, se calhar, também tínhamos de ter a brigada de trânsito, também tínhamos de ter a GNR
da área da proteção da natureza…
O Sr. José Magalhães (PS): — São hierarquias diferentes!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Não, Sr. Deputado José Magalhães, estão em nível idêntico. Por
exemplo, quando há uma catástrofe que afete as vias rodoviárias, se calhar é a brigada de trânsito da GNR
que mais lá vai.
Portanto, quem tem de estar presente é a organização, autoridade policial, no caso força paramilitar, que é
a GNR, que é a PSP, que é a autoridade marítima. É uma novidade nesta Lei de Bases da Proteção Civil
incluirmos a autoridade marítima até no sentido de prever muitas das situações que digam respeito à área da
pesca, onde, evidentemente, têm acontecido muitos acidentes. Não têm acontecido tantos no resto da
navegação marítima, mas na área da pesca, sim, pelo que faz muito sentido que a autoridade marítima esteja
presente, sobretudo para a área da prevenção e já não para a área do socorro.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Sr.ª e Sr. Secretários de Estado, Srs.
Deputados: Esta proposta de lei é apresentada, desde logo, com o objetivo de, sob uma forma duradoura,
resolver o problema da adaptação da estrutura da proteção civil à decisão — com a qual nós concordámos —,
de extinguir a figura do governador civil, apesar de o diploma de 2011 já ter procurado resolver esse problema,
porque, de facto, a extinção abrupta dessa figura exigiu uma adaptação legislativa que também teve
consequências ao nível da Lei de Bases da Proteção Civil. Mas agora adota-se uma solução mais definitiva,
que contém alguns aspetos aos quais gostaria de me referir, em nome da bancada do PCP.
Em primeiro lugar — e embora isso tenha a ver diretamente com a questão a nível distrital do governador
civil —, há uma boa medida constante desta proposta de lei, que é a extinção do comandante operacional
municipal. Sempre discordámos da criação desta figura pelo Governo anterior. Criou-se uma estrutura de
proteção civil em que os municípios foram envolvidos de uma forma que considerámos inadequada, com a