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I SÉRIE — NÚMERO 88

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A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Estamos a falar de outra coisa, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e com aumentos reais, todos os anos, inferiores a 2%.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, Sr.ª Deputada, considero, nesta matéria, que a programação que

estamos a fazer é correta e adequada e se ela conseguir ser cumprida, tanto melhor, porque o País se vê livre

definitivamente do que é extraordinário, sem voltar a pedir à troica para vir cá, sem desequilibrar as suas

contas externas, sem ter um défice excessivo, sem ter de ver aumentar o desemprego ou a pobreza em

consequência de medidas que tenham de se adotar para corrigir os desequilíbrios.

E isso, Sr.ª Deputada, faz muita diferença.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Pelo CDS-PP, para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno

Magalhães.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, estamos já no final do debate

e vimos que a oposição, sobretudo o principal partido, acusou o Sr. Primeiro-Ministro basicamente de três

coisas: primeiro, de ser previsível; depois, de vir para aqui — veja bem! — fazer o balanço da sua atividade

enquanto Primeiro-Ministro e o balanço da atividade do seu Governo; por fim, de celebrar o fim da troica.

Sr. Primeiro-Ministro, vamos por partes.

Quanto ao facto de ser previsível, posso dizer-lhe que o CDS e, creio, os portugueses não têm saudades

nenhumas do Governo do PS onde era imprevisível saber se tínhamos dinheiro para pagar salários e pensões

em 15 dias e que, por isso, tivemos de chamar a troica.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Quanto ao balanço feito, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de dizer que muito há para salientar — já lá irei —

relativamente a dados que vieram a público nas últimas semanas, mas não posso deixar passar umas

declarações do Secretário-Geral do PS, hoje repetidas pelo Sr. Deputado Ferro Rodrigues, que dizem que os

portugueses só festejarão a saída da troica de Portugal quando este Governo for embora.

Sr. Primeiro-Ministro, há limites! Os portugueses lembram-se e sabem bem o que se passou. Então, quem

foi que chamou a troica na 25.ª hora e por que o Ministro das Finanças responsável teve publicamente de vir

expor a situação do País? Foi o PS.

Protestos do Deputado do PS João Galamba.

Quem acabou esse memorando no prazo e de acordo com o plano? Foi esta maioria.

Quem queria mais tempo, mais dinheiro, mais programa, mais troica cá? O PS!

Quem acabou o programa no tempo e no momento certo? Foi a maioria!

Há limites, Sr. Primeiro-Ministro!

Sabemos que nos estamos a aproximar de um momento eleitoral, mas, Srs. Deputados do PS, insulto,

insulto aconteceu em 2009: para ganhar eleições, irresponsavelmente, levaram a cabo o aumento genérico

das pensões da função pública para, dois anos depois, irmos de mão estendida pedir dinheiro para pagar o

essencial para o País continuar a sobreviver!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — E o CDS como é que votou?