I SÉRIE — NÚMERO 88
24
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Estamos a falar de outra coisa, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e com aumentos reais, todos os anos, inferiores a 2%.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, Sr.ª Deputada, considero, nesta matéria, que a programação que
estamos a fazer é correta e adequada e se ela conseguir ser cumprida, tanto melhor, porque o País se vê livre
definitivamente do que é extraordinário, sem voltar a pedir à troica para vir cá, sem desequilibrar as suas
contas externas, sem ter um défice excessivo, sem ter de ver aumentar o desemprego ou a pobreza em
consequência de medidas que tenham de se adotar para corrigir os desequilíbrios.
E isso, Sr.ª Deputada, faz muita diferença.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Pelo CDS-PP, para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno
Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, estamos já no final do debate
e vimos que a oposição, sobretudo o principal partido, acusou o Sr. Primeiro-Ministro basicamente de três
coisas: primeiro, de ser previsível; depois, de vir para aqui — veja bem! — fazer o balanço da sua atividade
enquanto Primeiro-Ministro e o balanço da atividade do seu Governo; por fim, de celebrar o fim da troica.
Sr. Primeiro-Ministro, vamos por partes.
Quanto ao facto de ser previsível, posso dizer-lhe que o CDS e, creio, os portugueses não têm saudades
nenhumas do Governo do PS onde era imprevisível saber se tínhamos dinheiro para pagar salários e pensões
em 15 dias e que, por isso, tivemos de chamar a troica.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Quanto ao balanço feito, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de dizer que muito há para salientar — já lá irei —
relativamente a dados que vieram a público nas últimas semanas, mas não posso deixar passar umas
declarações do Secretário-Geral do PS, hoje repetidas pelo Sr. Deputado Ferro Rodrigues, que dizem que os
portugueses só festejarão a saída da troica de Portugal quando este Governo for embora.
Sr. Primeiro-Ministro, há limites! Os portugueses lembram-se e sabem bem o que se passou. Então, quem
foi que chamou a troica na 25.ª hora e por que o Ministro das Finanças responsável teve publicamente de vir
expor a situação do País? Foi o PS.
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
Quem acabou esse memorando no prazo e de acordo com o plano? Foi esta maioria.
Quem queria mais tempo, mais dinheiro, mais programa, mais troica cá? O PS!
Quem acabou o programa no tempo e no momento certo? Foi a maioria!
Há limites, Sr. Primeiro-Ministro!
Sabemos que nos estamos a aproximar de um momento eleitoral, mas, Srs. Deputados do PS, insulto,
insulto aconteceu em 2009: para ganhar eleições, irresponsavelmente, levaram a cabo o aumento genérico
das pensões da função pública para, dois anos depois, irmos de mão estendida pedir dinheiro para pagar o
essencial para o País continuar a sobreviver!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — E o CDS como é que votou?