25 DE JANEIRO DE 2017
31
Aplausos do PS.
Mas, afinal, Srs. Deputados, quem cumpre e quem não cumpre? Eis a resposta que precisamos de obter
esta tarde.
O Partido Socialista, em primeiro lugar, cumpriu. Cumpriu os acordos com os aliados parlamentares,…
Risos do PSD.
… cumpriu o Programa do Governo e aumentou o salário mínimo nacional. Ele já está em vigor e representa
um aumento histórico no espaço de uma Legislatura, recuperando rendimentos do trabalho depois de um tempo
em que nos diziam que tínhamos de empobrecer para viver melhor. Mas não, não tínhamos! E, por isso, os
trabalhadores portugueses que recebem o salário mínimo sabem bem a diferença que representa uma
governação do PS de uma governação da direita. E sabem mais do que isso! Por mais piruetas que o PSD tente
fazer, por mais incoerências que demonstre, todos sabemos que o PSD nunca esteve contra a baixa da TSU
mas, sim, contra o aumento do salário mínimo nacional para os valores que queremos e vamos concretizar.
Aplausos do PS.
Em segundo lugar, o Partido Socialista, cumprindo com os seus parceiros e com o seu Programa, cumpriu
também com a concertação social, obtendo um acordo que implicou negociações e aproximação a posições
contrárias, como sempre acontece em todas as negociações, ponderando os custos de um não-acordo para os
objetivos que todos queremos atingir, reforçando a contratação coletiva e assumindo uma redução temporária
e extraordinária da TSU.
O PSD, demonstrando que nada tem a oferecer ao País, a não ser um profundo ressentimento sem memória
nem futuro, inaugura hoje um princípio inédito na nossa vida democrática: «Se vem do PS, independentemente
da sua qualidade intrínseca, nós estamos contra!».
O PSD, para quem, hoje, é estranha a negociação, para quem, hoje, é estranha a concertação, para quem,
hoje, é estranha a aproximação a posições contrárias, demonstra que só pode ser um PSD isolado, um PSD
acantonado no vértice das suas próprias contradições.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
Em terceiro lugar, neste debate, sabemos que Bloco de Esquerda, PCP e Os Verdes também cumpriram
com as suas convicções: são hoje, como sempre foram no passado, contra qualquer redução da TSU,
independentemente da sua configuração e dos termos em que se insere. A sua posição evidencia a coerência
fundamental de cada partido com as suas posições e com os seus valores, mesmo quando eles possam
conjunturalmente não coincidir entre si, não perturbando minimamente os objetivos que estabelecemos no
quadro da Legislatura.
Sabemos, Srs. Deputados, que isto pode ser difícil de entender por quem, ainda recentemente, meteu na
gaveta muitas divergências para governar a todo o custo, por quem governou contra os seus princípios, como
nos disse a Sr.ª Deputada Cecília Meireles, por quem transformou a vida política portuguesa num melodrama
interminável de demissões e readmissões, com custos também para os juros da dívida, Sr. Deputado Luís
Montenegro, umas mais irrevogáveis do que outras. Mas connosco é tudo às claras, com os melhores resultados
sociais e económicos em muitos anos.
Protestos do PSD.
Trata-se de coerência, Srs. Deputados, coerência, e ela só confunde quem acha que alguém pode ser quem
não é, como o Partido Social Democrata demonstra esta tarde, neste debate.