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I SÉRIE — NÚMERO 42

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Até respeitamos o CDS-PP!

Protestos do Deputado do CDS-PP João Pinho de Almeida.

Dizia eu, Sr.as e Srs. Deputados, que este debate pode ser mais ou menos difícil consoante a postura dos

partidos no passado e para o Partido Socialista é um debate dos menos difíceis.

Dizia o Sr. Deputado Luís Montenegro que o momento de hoje acontece porque o Partido Comunista

Português e o Bloco de Esquerda assim o quiseram…

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — E é!

O Sr. Luís Soares (PS): — É falso!

Este momento acontece, porque há um Governo que tem um rosto —e é o do Partido Socialista — e que

decidiu aumentar o salário mínimo. A razão deste debate é haver um Governo que decidiu aumentar o salário

mínimo nacional.

Aplausos do PS.

Sobre essa matéria, Sr.as e Srs. Deputados, queria dizer-lhes que há um mundo que separa o Governo do

Partido Socialista, o Governo em funções, do Governo dos últimos quatro anos. Nós aumentamos o salário

mínimo em 2016 e 2017. E aumentamo-lo porque, do ponto de vista ideológico, a nossa posição é a da

valorização dos recursos humanos, a da economia assente na valorização dos recursos humanos; a da

competitividade da economia assente não numa política de salários baixos, como defendeu sempre o PSD.

Recordam-se, certamente, das seguintes afirmações: «Portugal só sairá da crise empobrecendo (…)»

A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Recordamo-nos perfeitamente!

O Sr. Luís Soares (PS): — Certamente recordar-se-ão das afirmações de Pedro Passos Coelho, que dizia

que o aumento do salário mínimo conduziria a mais desemprego.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Bem lembrado!

O Sr. Luís Soares (PS): — Não foi assim há tanto tempo, mas é sempre bom recordar.

Por isso, é por topete que se pode aqui vir hoje, quatro anos depois de cortes nos rendimentos mais baixos,

dizer que não se está contra a subida do salário mínimo.

Mas, voltando ao início, dizia eu que este debate pode ser mais ou menos difícil. E, para o Partido Socialista,

é menos difícil também porque chegamos a este ponto com um amplo consenso social. Um consenso social

obtido na concertação social, pelos representantes dos patrões, pelos representantes de alguns trabalhadores

— muitos —, pelo Governo e, vejam só, até pelo Presidente da República!

É um sinal claro não só de consenso social amplo mas também de justo equilíbrio na defesa dos interesses

legítimos das partes representadas na concertação social.

Não deixa de ser extraordinário, Sr.as e Srs. Deputados, que o PSD venha aqui, hoje, dizer que o seu voto

contra se sustenta numa intenção de libertar a concertação social da chantagem do Governo. Já conhecíamos

muitas facetas ao Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, hoje conhecemos mais uma: Pedro Passos Coelho, «o

Libertador».

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Mas, na realidade, Sr.as e Srs. Deputados, será que alguém acredita…

Protestos do Deputado do PSD Carlos Abreu Amorim.