I SÉRIE — NÚMERO 49
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para frequência de equipamentos sociais, penalizando fortemente essas famílias. Isso é verdade, é um facto. E,
nessa altura, não se importaram com o peso que esse aumento na comparticipação das famílias viria a ter.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Secretária de Estado, a Mesa registou a inscrição, para pedir esclarecimentos, de
dois Srs. Deputados.
Como pretende responder?
A Sr.ª SecretáriadeEstadodaSegurançaSocial: — Em conjunto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Sendo assim, para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Adão Silva, do
Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. AdãoSilva (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Secretária de Estado da Segurança Social, começou a sua
intervenção por invocar o dia 22 de dezembro, dia em que foi estabelecido um suposto acordo entre o Governo
e os parceiros sociais. Este acordo foi — prova-o este momento — um lamentável momento da história da
concertação social em Portugal.
Sr.ª Secretária de Estado, não reconhece que, quando esteve sentada naquela mesa ao lado dos parceiros
sociais, esteve a prometer o que não podia cumprir?
A Sr.ª MariadasMercêsSoares (PSD): — Muito bem!
O Sr. AdãoSilva (PSD): — Não tem a sensação de que esteve a enganar os parceiros sociais?
Não tem a sensação de que esteve a atropelar as essências, os valores mais importantes da concertação
social, que são a confiança e o respeito mútuo? Não tem essa sensação, Sr.ª Secretária de Estado?
Não tem a sensação de que, em boa verdade, esteve a enganar, a dar o dito por não dito? Afirmou dentro
daquela sala o que não era possível fazer!
Estas são perguntas importantes para que fique registado este vosso comportamento.
Em segundo lugar, a Sr.ª Secretária de Estado referiu-se vagamente ao nosso projeto de lei sobre a questão
dos acordos com as instituições sociais. Com certeza que não leu o nosso projeto de lei. Se não o leu, não há
problema, Sr.ª Secretária de Estado, eu explico-o em duas frases.
O que queremos é que nas negociações que há anualmente, ou que deve haver, entre o Governo e as
entidades da economia social, as IPSS, nomeadamente as misericórdias, haja uma relação de confiança, uma
relação de previsibilidade e que esta negociação seja feita, se possível, durante o tempo em que se debate o
Orçamento do Estado. Para quê? Para que, no início do ano seguinte, no ano a que se reporta ao Orçamento
do Estado, estes aumentos para os acordos de cooperação possam entrar em vigor logo em janeiro.
A questão que lhe coloco é a seguinte: por que razão é que, estando em meados de fevereiro, não temos
esses acordos assinados? Por que razão é que não damos confiança, previsibilidade e segurança a estas
instituições, que acompanham milhares e milhares de famílias, milhares e milhares de utentes — idosos,
deficientes, crianças?
Verdadeiramente, a pergunta, é esta: a Secretária de Estado tem alguma coisa contra este princípio da
confiança, da segurança, da confiabilidade no que tem a ver com os acordos de cooperação com as instituições?
Aplausos do PSD.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra
o Sr. Deputado Filipe Anacoreta Correia.