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I SÉRIE — NÚMERO 72

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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para um último pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr.

Deputado Duarte Marques.

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, depois de ouvir a intervenção

do PCP sobre o CETA — aliás, já é a sexta vez que este tema é aqui debatido; pelo menos, o Bloco e o PCP,

de certeza, não dizem que o tema não foi debatido — continuo a achar que o PCP nem sequer leu ou nem

sequer teve acesso aos dados sobre o CETA. É que, quando diz que este Acordo foi feito nas costas dos

europeus,…

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Nas costas dos cidadãos!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — … eu gostava de saber o que é que Eurodeputados do PCP andam

a fazer em Bruxelas, de quem até tenho uma imagem de serem gente competente.

E até quero dizer mais: o presidente da Comissão que começou a negociar o CETA até era um militante do

PCP há alguns anos, o Prof. Vital Moreira.

Protestos do PCP.

Portanto, dizer que o CETA não foi negociado ou que foi negociado nas costas dos europeus não é verdade!

Depois, os senhores vêm dizer que o CETA não traz mais garantias aos cidadãos, que não tem garantias

ambientais, que não tem garantias para os trabalhadores, que não tem garantias para dirimir conflitos… Dizer

isto é sinal de que não conhecem o Acordo, porque, no fundo, os Deputados do PCP e do Bloco de Esquerda

não estão contra este Acordo nem por esta nem por aquela razão, estão contra o comércio internacional.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Está a expor-se ao ridículo!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Os Srs. Deputados são contra a União Europeia e não têm coragem

de o assumir. E são contra este Acordo, porque são contra o comércio livre.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Vá informar-se!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD). — Disseram durante muitos anos que a globalização era selvagem, que

a globalização não tratava todos por igual e, agora, que há regulação para a globalização, que há um conjunto

de regras que têm de ser respeitadas por todos, por ambas as partes, quando isto é tratado à frente dos olhos

dos europeus, que tem até a particularidade de ser um Acordo inovador por ser ratificado no Parlamento

Português e em todos os parlamentos nacionais, os senhores voltam a ser contra!

Os senhores não são contra este Acordo, são contra o comércio livre, são contra o comércio internacional

O Sr. João Oliveira (PCP): — Não diga disparates!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — E, Sr.ª Deputada, vou dizer-lhe o seguinte: todos os argumentos que

os senhores usam são, na sua maioria, falsos. É como dizerem que o Acordo entra em vigor. O Acordo não

entra em vigor na sua totalidade, porque a única parte do Acordo que entra em vigor, antes de ser ratificado

nesta Assembleia, é a parte em que a soberania portuguesa…

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.

Como acontece com todos os acordos mistos, a única parte que entra em vigor é aquela que não é

competência dos países e dos Estados-membros, que foi delegada na União Europeia pelo Partido Socialista,

que aqui está, e pelos outros partidos que são a favor da União Europeia.