14 DE OUTUBRO DE 2017
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O Sr. AntónioCarlosMonteiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: O CDS
sabe que o salário mínimo continua a ser importantíssimo para um número significativo de famílias portuguesas
e, desde o seu aumento, no ano passado, é-o para ainda mais famílias.
São essas famílias que nos preocupam. Aliás, o CDS considera, como sempre tem considerado, que a
fixação do valor do salário mínimo nacional é uma matéria que cabe, em primeiro lugar, à concertação social.
Protestos do Deputado do PCP Jorge Machado.
Foi assim em 2006, quando o Partido Socialista acordou, em concertação social, o aumento do salário
mínimo até 500 € em 2011, acordo esse que foi o PS que incumpriu quando congelou o salário mínimo. Aliás,
foi o Governo do PSD e do CDS que descongelou o salário mínimo e conseguiu fazê-lo em concertação social.
Relembro que este Governo é apoiado pelo PS, pelo Bloco de Esquerda, pelo PCP e por Os Verdes e
também relembro que foi o Governo do PS que chegou a acordo para aumentar o salário mínimo também em
concertação social. Mas o que é que se sucedeu? O PS não garantiu o apoio parlamentar dos seus parceiros
em relação ao acordo a que havia chegado em concertação social.
O Bloco de Esquerda, o PCP e Os Verdes inviabilizaram a contrapartida que foi negociada pelo Governo que
apoiam e essa contrapartida, como bem se lembram, era a baixa da TSU (taxa social única).
Portanto, apresentaram novamente projetos de resolução no sentido do aumento do salário mínimo e nós
interrogamo-nos: o que irá fazer o PS? Vai voltar a fazer o que fez no ano passado, sem garantir o apoio dos
seus parceiros parlamentares?
Importa lembrar por que é que o aumento do salário mínimo deve ser feito em concertação social: quem paga
os salários são as empresas, é a economia, não são nem os Srs. Deputados nem o Governo.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Quem o fixa é o Governo!
O Sr. AntónioCarlosMonteiro (CDS-PP): — Por isso, entendemos que é em concertação social que se
deve proceder a essa negociação do aumento do salário mínimo.
Não deixamos de reconhecer, no entanto, que há apenas um projeto de resolução que remete para a
concertação social.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos.
A Sr.ª SóniaFertuzinhos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Neste debate, deixo
três notas muito simples sobre o aumento do salário mínimo nacional.
A primeira nota é para referir que o Governo assumiu, no seu Programa, o compromisso de garantir, até
2019, o aumento do salário mínimo até aos 600 €. E foi com este intuito que o salário mínimo aumentou em
2016, aumentou em 2017 e será de novo aumentado em 2018 e em 2019 para atingirmos tal objetivo.
Aplausos do PS.
Por isso, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, os projetos de resolução que discutimos hoje traduzem, assim,
e em primeiro lugar, o objetivo comum de uma ampla maioria desta Assembleia de aumentar o salário mínimo
nacional até aos 600 €.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Muito bem!