I SÉRIE — NÚMERO 34
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ano, ou que, pelo menos, nos confirme se, de facto, já foi lançado o concurso para uma nova PPP no Hospital
de Braga.
Por fim, Sr. Ministro, não é a primeira vez que Os Verdes suscitam a questão do recurso às empresas de
trabalho temporário na área da saúde, e hoje voltamos a fazê-lo, até porque o Governo está, e bem, envolvido
num combate, que entendemos dever ser sério, contra a precariedade laboral.
Ora, sabendo nós que o recurso às empresas de trabalho temporário na área da saúde foi um expediente
muito utilizado pelo Governo anterior, pelo Governo PSD/CDS, consideramos que este Governo se devia
empenhar seriamente no sentido de pôr termo a este expediente, que, para além de outros aspetos negativos,
fomenta a precariedade laboral no seu expoente máximo.
Parece-nos, portanto, que seria importante que o Sr. Ministro nos pudesse hoje fazer o ponto da situação
relativamente a esta intenção, que é também um compromisso deste Governo. Em concreto, interessava saber
em que ponto estamos no esforço de inverter a tendência de recorrer às empresas de trabalho temporário na
área de saúde, que, como disse há pouco, foi um expediente muito utilizado pelo anterior Governo PSD/CDS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — O Governo solicitou à Mesa que o Sr. Ministro acumulasse os
10 minutos que tem ainda, para resposta aos pedidos de esclarecimento, com os 5 minutos previstos para o
encerramento do debate.
Assim, tem a palavra o Sr. Ministro da Saúde, por 15 minutos, para responder.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Vai ser uma missa!
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, começaria por responder ao Sr.
Deputado do PSD, Dr. Ricardo Baptista Leite.
Sr. Deputado, o plano de contingência, como o Sr. Deputado conhecerá, é um documento sério, tecnicamente
avaliável e preparado no início do verão pela Direção-Geral da Saúde, e, naturalmente, haverá o plano de
contingência do verão.
Este plano de contingência tem, a nível nacional, nas diferentes unidades de saúde, expressões diferentes,
que têm a ver com o contexto epidemiológico que se vai vivendo. Sabemos, por exemplo, que o pico da atividade
gripal no Norte está mais intenso do que está na região Centro e na região Sul. Portanto, é um plano de
contingência que é ativado por fases e não em bloco, e é ativado em coordenação estreita com as regiões, com
as ARS (administrações regionais de saúde) e, naturalmente, com as estruturas hospitalares e de cuidados de
saúde primários.
Sr. Deputado, desde 1 de outubro até hoje, foram adicionalmente recrutados 1000 profissionais, tendo em
vista o plano de contingência: cerca de 500 enfermeiros, cerca de 300 assistentes operacionais e pouco menos
de 200 médicos. Isto para o tranquilizar e dizer que o plano de contingência está a ser feito com competência,
com capacidade de adaptação no terreno e que, naturalmente, face a realidades locais onde possa haver
dificuldades, primeiro, não as esconderemos e rapidamente procuraremos resolvê-las.
Quanto à questão da visão política para a Legislatura e à questão mais ambiciosa da visão sobre a saúde
pública ou a promoção da saúde, o Sr. Deputado, que é académico também, poderia fazer um exercício de
direito comparado entre aquilo que foi a produção legislativa na área da saúde do Governo que apoiou e do
atual Governo. Não se esqueça que a sua bancada votou contra a taxa do sal, tão apoiada e tão elogiada pela
Organização Mundial da Saúde.
Mas deixemos estas questões da saúde pública…
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — De lado!
O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Se calhar é melhor!…
O Sr. Ministro da Saúde: — … e respondamos à questão da Lei de Bases da Saúde.
O Sr. Deputado Ricardo Batista Leite acha, portanto, que tomar uma iniciativa legislativa de proposta de lei
à Assembleia da República para renovar a Lei de Bases da Saúde, que irá fazer 29 anos, é uma espécie de
expediente político, é algo que se faz para ficar bem na fotografia.