25 DE JANEIRO DE 2018
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Um mau contributo para tudo isto será, sim, fazer dos incêndios uma arma de arremesso político, sem
respeito por quem sofre, causando bloqueios, ruídos de fundo e dificuldades que, certamente, não nos trarão
nada de positivo.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Muito bem!
O Sr. Pedro Coimbra (PS): — O reforço dos mecanismos de apoio por que pugnamos e a necessidade
urgente de intervir com eficiência e diligência na aplicação dos meios, na certeza de que estamos no caminho
certo para alcançar melhores resultados, são uma evidência que constatámos.
Se é verdade que queremos rapidamente ultrapassar as atuais dificuldades, também é razoável ter
expectativas, pelas reformas em curso, de que calamidades desta natureza não se repitam com a frequência a
que assistimos nos últimos meses, muito menos com as dimensões alcançadas.
Para isso, um Estado próximo e eficiente é fundamental. Foi sempre isso que o Partido Socialista defendeu
e é isso que defende na sua própria matriz identitária.
Sr.as e Srs. Deputados, nestas Jornadas Parlamentares fizemos ainda um debate rico, aberto e plural —
como, aliás, é hábito no Partido Socialista — sobre transparência na vida pública portuguesa, um tema que foi
sempre priorizado pelo Partido Socialista. Recordo que foi por iniciativa do Partido Socialista que, em 2016, foi
criada a Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas.
Sr.as e Srs. Deputados, foi também nas Jornadas Parlamentares do Partido Socialista destes dois últimos
dias que debatemos um outro tema para nós muito relevante, que é a descentralização.
A reforma da descentralização é, inequivocamente, um aspeto fundamental da reforma do Estado. A
Associação Nacional de Municípios Portugueses já a assinalou como absolutamente prioritária.
O Governo tem sido muito claro e a descentralização está inscrita no seu Programa. Cabe agora aos
restantes partidos políticos acompanharem o Partido Socialista nesta reforma, a bem dos portugueses e a bem
de Portugal.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Termino, dizendo que temos orgulho na governação do Partido
Socialista. O crescimento económico é uma realidade concreta. Também os portugueses assim o reconhecem,
como é sabido, tal como muitos dos nossos parceiros internacionais.
Vive-se um clima de paz social.
Sabemos que o caminho ainda é longo e estreito, mas queremos continuar a cumpri-lo, dando o nosso
melhor.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado Pedro Coimbra, inscreveram-se para pedir esclarecimentos
três Srs. Deputados. Peço-lhe para informar a Mesa sobre a forma como pretende responder.
O Sr. Pedro Coimbra (PS): — Respondo em conjunto, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr.
Deputado Pedro Soares, do Bloco de Esquerda.
O Sr. Pedro Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Pedro Coimbra, em
primeiro lugar, queria saudar o Partido Socialista pela realização das suas Jornadas Parlamentares.
Acompanhámos as Jornadas através da imprensa e ouvimos com atenção a sua intervenção, em que nos
relata o que se passou, e gostávamos de fazer duas ou três considerações sobre esta matéria.
Certamente que as Jornadas Parlamentares do Partido Socialista não foram apenas de constatação,
certamente que projetaram a ação do Partido Socialista para o futuro, e isso é o que mais nos importa, porque
referir tudo o que já foi feito em termos de infraestruturas, de indemnizações às famílias das vítimas no que diz
respeito aos incêndios rurais é positivo, é importante, tendo em conta que tanto as economias locais como as
pessoas, as famílias esperam que assim seja e com a maior urgência. No entanto, Sr. Deputado Pedro Coimbra,