10 DE MAIO DE 2018
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, francamente, se tiver alguma sugestão concreta,
estou disponível para a ouvir de bom grado.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Como Primeiro-Ministro ou como António Costa?!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Creio que a situação que tem sido descrita na comunicação social, envolvendo
um antigo Ministro da Economia, deixou toda a gente surpresa, como a Sr.ª Deputada teria ficado igualmente
surpresa se houvesse essa notícia sobre alguns dos seus antigos colegas de Governo.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Mas não há!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Agora, presumo que a Sr.ª Deputada desconhecesse quais eram as fontes de
rendimento dos seus diferentes colegas de Governo. É assim!…
Se a Sr.ª Deputada tem alguma forma específica de escrutínio… Não sei o que quer dizer com isso, mas se
tem alguma sugestão estou disponível para a estudar, porque acho que é essencial reforçar sempre, e sempre,
a transparência, o escrutínio público e a confiança.
Contudo, não posso ter uma suspeição geral sobre todos os seres humanos por existir uma situação onde,
alegadamente, há um incumprimento que é, no mínimo, eticamente censurável.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, novamente, a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, devo dizer que me causa
alguma estranheza que, pelo menos em relação ao Ministério da Economia, não seja feito um escrutínio e uma
auditoria interna muito profundos, para se perceber o que aconteceu então, quando, de resto, um atual Ministro
deste Governo era, na altura, assessor daquele mesmo gabinete.
Protestos do PS.
Em todo o caso, espero que o Sr. Primeiro-Ministro tenha atenção redobrada e todos os alertas bem
presentes, porque nem me passa pela cabeça que, enquanto Primeiro-Ministro, possa subscrever aquilo que já
aqui disse, hoje mesmo, que foi o seguinte: se a justiça tiver uma conclusão no caso José Sócrates, é uma
desonra para a democracia — eu acho que é uma desonra para o Partido Socialista —, mas, se tiver outra,
afinal, é porque funcionou bem.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, mudando de assunto e deixando estes alertas,
no dia 15 de março, perguntei-lhe, aqui, quantos meios aéreos é que estavam disponíveis e preparados para os
fogos…
Protestos do Deputado do PS Filipe Neto Brandão.
… e o Sr. Primeiro-Ministro respondeu-me que eram 55 meios aéreos, mais do que os que tinham existido
no ano passado e mais do que os que sempre existiram.
Perguntei-lhe também quando é que esses meios aéreos estavam garantidos. Dando sequência à sua linha
de que acabou a «época de incêndios», e bem, e de que, portanto, todo o ano temos de estar de prevenção,