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6 DE JUNHO DE 2018

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Portanto, numa negociação o que fazemos é apresentar uma proposta. E apresentámo-la, não só para haver

descongelamento como também para haver contagem de uma parte importante do tempo que não foi

contabilizado anteriormente. Não era só repor a funcionar o cronómetro, era recuperar tempo perdido enquanto

o cronómetro esteve parado. Perante isto, a resposta que tivemos foi a da intransigência, e isso quebra o diálogo,

porque para haver diálogo é necessário que V. Ex.ª pergunte e que eu responda ou vice-versa. Mas quando eu

proponho e do lado de lá não há resposta isto deixa de ser um diálogo e passa a ser um monólogo.

A postura deste Governo é a que sempre foi, com todos os setores profissionais e em particular com os

professores, de total abertura para a negociação. A repetição da nossa proposta sem qualquer contraproposta,

isso não é negociação, isso é prosseguir um monólogo e não faz sentido.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, posso então deduzir que o

Governo, atuando de boa-fé, mantém pelo menos a proposta dos dois anos. Sim ou não?

O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, isso é óbvio! Apresentámos uma proposta

negocial que está em cima da mesa.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não foi isso que ouvimos. O

que ouvimos é que, então, não haveria nada! O que ouvimos foi «se não querem negociar, então não há nada!»

Portanto, se nos está aqui a dizer que pelo menos dois anos existem, já é um progresso.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro deixe-me fazer-lhe uma pergunta sobre uma última matéria: incêndios.

Estamos a breves dias de um ano da tragédia de Pedrógão e mantenho o meu compromisso — mantive-o e

cumpri-o — de todos os dois meses ir ao terreno observar aquilo que se está a passar e os progressos. Verifiquei

vários progressos e também verifiquei situações inadmissíveis. Desde logo, uma delas, particularmente

chocante, que visa a maior empresa de Pedrógão, uma empresa 100% exportadora, que faz aquilo que o Sr.

Primeiro-Ministro e todos nós defendemos que é aproveitar a biomassa florestal, aproveitar as infestantes, para

as transformar em pellets — um exemplo de economia verde, um exemplo de ajuda à limpeza dos terrenos.

Essa empresa está parada há um ano, com 30 postos de trabalho comprometidos, havendo mais 300 postos de

trabalho indiretos que estavam na limpeza das florestas.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Vou concluir, Sr. Presidente.

Como é possível, Sr. Primeiro-Ministro, que este assunto não esteja resolvido? Como também ainda há

situações de primeiras casas por resolver, e já não falo de segundas,…

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de concluir.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … ou casos de empresários que continuam a pagar o imposto de

viaturas que estão ardidas, etc.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de concluir.