I SÉRIE — NÚMERO 18
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Sejamos claros — e a pergunta que faço é para clarificar: se quer, ao fim de três anos, cumprir aquilo que o
CDS lhe exigia há três anos, então diga em que termos o vai fazer. Quanto é que vai baixar o ISP da gasolina?
Quanto é que vai baixar o ISP do gasóleo?
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — A pergunta tem uma justificação. O Sr. Ministro falou da portaria,
que tem razão formal, e eu falo-lhe do Orçamento, que tem razão material.
O Orçamento refere que a receita com o ISP aumenta 200 milhões de euros. O que quero perguntar é como
é que os 200 milhões de euros, que o senhor diz que tem de aumento de receita de ISP, casam com a redução
que o CDS reclama há três anos e que, agora, o Sr. Ministro parece querer cumprir.
Segundo esclarecimento necessário: a questão das pensões antecipadas e dos 60/40. Durante a discussão
na especialidade, não pode acontecer…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Cortes!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … com as pensões antecipadas aquilo que aconteceu no
Orçamento passado com a atualização das remunerações dos professores, que é haver uma letra e várias
interpretações.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — O Governo é especialista nisso e, como diz o povo, «o diabo
está nos detalhes», vista o que vestir. Portanto, o Governo aposta nos detalhes para iludir todos aqueles que,
justiça seja feita, se deixam iludir com muita facilidade, como é o caso dos que, à esquerda, aprovam os
Orçamentos sem se preocuparem com esses mesmos detalhes.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Ministro das Finanças, o que está a ser dito aos pensionistas
sobre a antecipação das suas pensões este ano é mais ou menos aquilo que foi dito aos professores no
Orçamento do ano passado? Ou seja, que vão ter direitos que depois não se materializam? Ou que vão ter
reconhecimento que depois não é efetivado? Ou que, na prática, vão ter condições que nunca conseguirão
concretizar?
De uma vez por todas, esclareça, sobre estas pensões antecipadas, o que é que, efetivamente, está em
causa.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Por fim, Sr. Ministro, uma matéria que aparecia muito nos
discursos do Sr. Ministro no início desta Legislatura e que desapareceu: a questão do setor financeiro.
O Sr. Ministro, nos primeiros debates orçamentais e noutros, dizia sempre que tinha resolvido todos os
problemas do setor financeiro. O Governo anterior tinha deixado inúmeros problemas do setor financeiro e o Sr.
Ministro tinha resolvido todos os problemas desse setor.
Primeira pergunta: onde é que está a reforma da supervisão bancária?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ao fim de três anos, onde é que está a reforma da supervisão
bancária, que é anunciada desde o primeiro momento? Que Governo é que demora três anos para conseguir
entregar no Parlamento algo tão fundamental como a supervisão bancária?! E que falta faz essa supervisão
bancária revista e reformada, numa altura em que, como o Sr. Ministro sabe, se discute a forma como está a