27 DE NOVEMBRO DE 2018
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Assumimos, desde já, a necessidade de previsão plurianual de efetivos e fica previsto o recrutamento de
1000 trabalhadores qualificados, com formação superior, para rejuvenescer e capacitar a Administração Pública
de modo a reforçar centros de competências, áreas estratégicas de conceção e de planeamento de políticas
públicas e a sua transformação digital.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o Governo está a trabalhar para que a Administração Pública tenha
um futuro atrativo e sustentável que ofereça percursos de desenvolvimento profissional e pessoal àqueles e
àquelas que nela trabalham.
Por isso, defendemos que retomar a normalidade na gestão da Administração Pública é mais do que criar as
condições para que os trabalhadores retomem o regular desenvolvimento das suas carreiras.
Vamos mais longe porque acompanhamos as grandes transformações que têm vindo a ocorrer nas
administrações públicas e nos modelos de gestão das pessoas.
Por essa razão, nenhum investimento pode ficar para segundo plano. É fundamental investir de forma
equilibrada nos três pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável dos serviços públicos: valorizar
os trabalhadores, investir nas condições de trabalho e desenvolver modelos de gestão nos organismos públicos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato, do PCP.
A Sr.ª RitaRato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados, não há serviços
públicos de qualidade sem trabalhadores valorizados, respeitados nos seus direitos e em número adequado
para garantir o funcionamento dos serviços públicos.
Por isso mesmo, o PCP tem colocado, desde sempre, três questões essenciais relativamente ao emprego
público: aumentar salários, porque muitos trabalhadores da Administração Pública têm salários baixos; contratar
os profissionais em falta, e o PCP tem propostas específicas para apresentar neste Orçamento do Estado
relativamente à saúde, às forças de segurança e a outros setores; e combater a precariedade.
Não é possível fugir ao lado destas três questões: aumentar salários, contratar os profissionais em falta,
combater a precariedade.
Assim, queremos destacar uma proposta que aqui trazemos. A Sr.ª Secretária de Estado disse, e bem, que
tem sido feito um caminho de reposição de direitos e de rendimentos. É bem verdade, porque muitos foram os
direitos roubados aos trabalhadores da Administração Pública. Por isso, esse caminho de reposição de direitos
é justíssimo, e tardava.
O regresso à normalidade parte do princípio de uma coisa tão básica como esta: a contabilização de todo o
tempo de serviço, sem apagão, é normal.
Vozes do PCP: — Muito bem!
A Sr.ª RitaRato (PCP): — A proposta que aqui trazemos e queremos destacar é exatamente a da
contabilização de todo o tempo de serviço que os trabalhadores desempenharam nas suas funções, porque
garantiram o funcionamento da escola pública, das forças de segurança, da justiça, da saúde e de outros
setores. Esse tempo de serviço tem ser contabilizado para efeitos de progressão na carreira. E isso não é um
favor, é normal contabilizar o tempo de serviço, porque estes trabalhadores estiveram, ao longo de vários anos,
a garantir o funcionamento dos serviços públicos.
A proposta do PCP é a que melhor corresponde a esse propósito, porque garante o cumprimento daquilo
que foi aprovado no Orçamento do Estado para 2018, remete, para sede negocial, a forma de concretizar essa
solução e sugere a aplicação de uma solução que foi recentemente negociada na Região Autónoma da Madeira.
Propomos, pois, que, em sede negocial, o Governo garanta o cumprimento do que foi aprovado em 2018 e
que, num período de sete anos, encontre uma solução normal para aquilo que é normal, que é o respeito integral
pela contabilização do tempo de serviço e pelos direitos dos trabalhadores.
Aplausos do PCP.