I SÉRIE — NÚMERO 21
32
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, a valorização da escola pública tem
de passar, forçosamente, pelo respeito dos direitos dos seus trabalhadores e pela melhoria das suas condições
de trabalho.
O PCP apresenta diversas propostas nesse sentido.
Uma delas resolve a injustiça que milhares de professores estão a sofrer por não terem o seu tempo de
trabalho devidamente contabilizado para fins de acesso às prestações sociais por estarem a ser erradamente
considerados como trabalhadores contratados a tempo parcial, em vez de professores com horário incompleto.
Uma outra proposta passa pela revisão do rácio dos auxiliares de ação educativa e dos administrativos, pois
fazem ainda falta milhares destes trabalhadores a tempo inteiro e com vínculo efetivo na escola pública,
sobretudo pela desadequação do rácio existente à realidade concreta das escolas.
Voltamos a realçar a importância da proposta do PCP para a contagem integral do tempo de serviço. A justiça
é isto: a proposta que mais bem serve os direitos dos trabalhadores das carreiras especiais da Administração
Pública — entre elas os professores e os educadores —, respeitando o papel dos sindicatos e a negociação
coletiva e apontando para um desfecho concreto, por observância de uma solução já negociada na Madeira
para um problema que o Governo criou com a sua intransigência.
Mais, Sr.as e Srs. Deputados, quem tem afirmado publicamente que defende as reivindicações dos
professores não pode agora arranjar pretextos e subterfúgios de última hora para deixar cair a luta dos
professores e evitar votar favoravelmente a proposta do PCP, que é a única que, efetivamente, resolve o
problema.
Quanto a nós, não desistimos e continuaremos a lutar pelos 9 anos, 4 meses e 2 dias!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra o Sr. Secretário de Estado do Orçamento, João
Leão.
O Sr. Secretário de Estadodo Orçamento (João Leão): — Sr. Presidente, queríamos aqui referir que, em
relação aos serviços públicos, nesta Legislatura o Governo iniciou um processo de recuperação do corte feito
pelo anterior Governo. Durante o anterior Governo, cortou-se em 70 000 o número de trabalhadores na
Administração Pública.
Neste Governo, com particular incidência no Serviço Nacional de Saúde, na educação e na ciência, houve
uma recuperação notável do número de trabalhadores, com mais 8600 trabalhadores do Serviço Nacional de
Saúde, mais 2500 médicos, mais 4000 enfermeiros, aumentando, no total, para 8600 o número de trabalhadores
no Serviço Nacional de Saúde.
Nas escolas, o número de trabalhadores aumentou em 5000, mais 3000 assistentes operacionais, com base
num acordo e numa norma aprovada no Parlamento com a maioria de esquerda, que reforçou, e muito, o número
de assistentes operacionais nas escolas.
Nas universidades, aumentámos o número de investigadores e professores em 2000, entre 2015 e 2018.
Iniciámos um processo de recuperação de investimento nos serviços públicos e isso passa por contratar
trabalhadores para as áreas mais críticas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, passamos à apreciação do artigo 31.º — Recrutamento
de trabalhadores nas instituições de ensino superior públicas, agregando as seguintes propostas: 671-C, do
PAN; 13-C, do BE; 14-C do PCP; 34-C, do PCP; 58-C, do BE; 208-C, do PCP; 531-C, do CDS-PP; 636-C, do
PAN; e 373-C, do PCP.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ângela Moreira, do PCP.
A Sr.ª Ângela Moreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, o PCP apresenta propostas para o reforço
da ciência: a integração progressiva dos bolseiros de investigação científica na carreira de investigação científica
e revogação do Estatuto do Bolseiro de Investigação; a atualização do valor das bolsas de investigação