17 DE SETEMBRO DE 2020
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O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado João Gonçalves Pereira, agradeço-lhe por ter trazido ao debate na Assembleia da República este tema tão relevante, aliás, procedimento
que o Partido Socialista considera absolutamente essencial. Fê-lo já na audição ao Sr. Prof. António Costa Silva,
sendo que o Sr. Deputado terá também, na comissão, a oportunidade de dialogar e debater com o Sr. Ministro
da Economia e com o Sr. Ministro das Infraestruturas os temas que considerar relevantes. É assim que
consideramos que este plano deve ser feito.
Devo dizer, em abono da verdade, que não me surpreendeu a intervenção do Sr. Deputado, porque já o tinha
ouvido esta manhã na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. Foi um discurso agarrado
a preconceitos ideológicos, como se viu, ignorando completamente a realidade, esta realidade. Mas os
preconceitos e convicções que ali demonstrou não resolvem nenhum dos problemas que temos hoje. E isso
ficou muito patente na sua intervenção, a qual não teve nenhum rasgo de novas iniciativas, novos caminhos de
como fazer para recuperar a economia e que tipo de documento apresentar no quadro da União Europeia para
termos acesso aos recursos que são absolutamente essenciais.
Aliás, Sr. Deputado, permita-me que lhe diga uma coisa, este documento teve um coordenador, é verdade,
o Sr. Prof. António Costa Silva, que disse hoje, na Comissão de Economia, que auscultou muitas entidades:
associações empresariais, sindicatos, associações de solidariedade e o Governo também. Portanto, digamos
que a forma como o Sr. Deputado se dirigiu ao plano não ofende apenas o Sr. Prof. António Costa Silva, não
ofende apenas o PS, não ofende, sequer, o Governo, ofende toda a sociedade civil, que tem vindo a participar
no debate sobre o Plano de Recuperação.
Aliás, este Plano esteve em consulta pública e esteve-o até dia 20 de agosto. E nessa consulta pública
sabemos que participaram muitas outras entidades da sociedade civil. Olhe, Sr. Deputado, vou dizer-lhe: eu
próprio participei enquanto cidadão, enquanto madeirense.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado, chamo a sua atenção para o tempo.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — A minha pergunta é esta: o CDS participou nessa consulta pública? Disse o que queria, escreveu alguma coisa sobre o assunto? Contribuiu para que pudéssemos ter um plano que,
eventualmente, na sua cabeça, na cabeça do CDS, fosse mais adequado?
Sr. Deputado, só há dois caminhos: ou o CDS diz que quer contribuir, quer participar, ou o CDS faz o que
tem feito, que é a política de terra queimada — deve ser por isso que está na posição em que está.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Gonçalves Pereira.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, começo por agradecer, novamente, as questões colocadas.
A Sr.ª Deputada Isabel Pires perguntou de que forma está o CDS habituado a lidar com as crises. Eu
respondo-lhe, Sr.ª Deputada: está habituado a tirar o País da bancarrota! Foi isso que o CDS fez, ainda na última
crise que tivemos, juntamente com o PSD. Tirou o País da bancarrota!
Protestos da Deputada do BE Isabel Pires.
Portanto, Sr.ª Deputada, infelizmente, somos chamados a tratar de muitas crises e a resolvê-las, crises que
são provocadas pela esquerda. Portanto, infelizmente, temos experiência nessa matéria, veja lá!
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Belo resultado!
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Pergunta-me qual o modelo económico que defendemos? O que defendemos são empresas capitalizadas e, como é evidente, trabalhadores bem remunerados. Isso é óbvio.