I SÉRIE — NÚMERO 1
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É justo que eles possam participar na construção das respostas a dar à crise sanitária e socioeconómica que
vivemos e, não menos importante, é justo ouvir as suas reivindicações no que respeita à crise climática, que,
não nos esqueçamos, não deixou de existir.
Para terminar, é igualmente justo que uma parte significativa das verbas provenientes da União Europeia e
do Orçamento do Estado sejam também afetas a satisfazer as suas necessidades e que, com isso, seja possível
garantir-lhes um futuro melhor. Este é um investimento que não pode, continuamente, ser adiado!
Aplausos do PAN.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr.ª Deputada, inscreveram-se quatro Srs. Deputados para lhe dirigirem pedidos de esclarecimento, pelo que a Mesa gostaria de saber como pretende responder.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Dois a dois, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Muito bem, Sr.ª Deputada. Tem, então, a palavra, em primeiro lugar, para formular o seu pedido de esclarecimento, a Sr.ª Deputada
Maria Begonha, do PS.
A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, antes de mais, gostaria de saudar, naturalmente, o tema que o PAN aqui trouxe, na sua declaração política, tema que devia, aliás,
ocupar mais tempo nos nossos debates políticos e neste Parlamento, porque está sempre no epicentro dos
desafios do País, e também desta pandemia, justamente pelas dificuldades que as gerações mais novas e a
juventude atravessam no momento atual.
Para o Partido Socialista, como sabe, a resposta aos mais vulneráveis e aos mais desprotegidos nesta crise
é uma prioridade.
Os jovens, as gerações não apenas mais qualificadas mas mais novas do País foram das mais afetadas por
esta crise, aliás, a segunda que vivem num curto espaço de tempo. E, ao contrário do que dizia aqui hoje o CDS,
quando foi a direita a gerir uma crise, não resolveu a bancarrota, adiou percursos e vidas de uma geração inteira.
Nós comungamos de parte do que disse a Sr.ª Deputada, porque, para nós, a diferença na resposta está
justamente no papel do Estado e das políticas públicas, centradas e a responderem aos problemas concretos
dos jovens.
Por isso, desafios transversais, anteriores à pandemia, como o da precariedade a que os jovens estão
particularmente expostos, o do desemprego jovem, o do acesso à habitação, o do acesso ao conhecimento
democratizado para todos, já eram prioridades antes desta crise.
A crise veio agravar o acesso mais democratizado ao conhecimento e veio também agudizar o problema do
acesso ao emprego. É também por isso que temos tido respostas e temos hoje programas aprovados, e em
vigor, de estímulo ao combate ao desemprego jovem e à contratação de jovens e que continuamos com uma
prioridade de investimento público na habitação, que também se destina a jovens.
Isto não significa que os desafios estão ultrapassados, significa apenas, Sr.ª Deputada, que, naturalmente,
como comungamos da ideia de o Estado estar centrado nas prioridades dos jovens, também temos de
reconhecer que temos feito caminho, ano após ano, para conseguir democratizar as oportunidades e combater
percursos adiados e afetados.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr.ª Deputada, chamo a sua atenção para o tempo utilizado.
A Sr.ª Maria Begonha (PS): — Por isso, Sr.ª Deputada, termino, pedindo apenas alguns contributos mais objetivos do PAN, visto que o Governo também já está, naturalmente, a atuar nesta matéria.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Tem, agora, a palavra, também para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Alexandre Poço, do PSD.