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I SÉRIE — NÚMERO 1

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Está até na matriz democrata-cristã do CDS a importância que tem o trabalho, a importância que o rendimento

tem para as pessoas, para as famílias… Mas, enfim, percebo que o Bloco de Esquerda não conheça ou finja

que não quer saber e não quer conhecer.

Depois, o Sr. Deputado Carlos Pereira conseguiu aqui, em 2 minutos, praticamente, não dizer nada, mas, no

final, lá colocou uma questão. Mas o Sr. Deputado não deve ter ouvido, seguramente, a minha intervenção de

hoje de manhã, porque, se calhar, destoou das de todas as outras bancadas — estou a falar dos partidos, com

exceção do Partido Socialista, o partido do Governo —, no sentido em que fui até bastante elogioso da iniciativa

do Prof. António Costa Silva, alguém que, da sociedade civil, com um currículo que é inquestionável, do ponto

de vista da sua atividade, se colocou ao serviço do País.

Posso concordar ou discordar do documento, por achar que está ali muito Estado e devia estar menos, mas

só posso elogiar aquela que é a disponibilidade de um cidadão para dar a sua visão, o seu plano, pedido por

um Primeiro-Ministro que, pelos vistos, não tinha visão nem plano. Aliás, isto revelou também uma certa

humildade, pois, não tendo visão nem plano, nem dele nem do próprio Governo, então, o Primeiro-Ministro teve

de recorrer a alguém, a um consultor externo. É a vida! Portanto, só posso elogiar a participação da sociedade

civil.

Mas o Sr. Deputado, às tantas, diz: «bem, mas eu participei, eu até fui um daqueles 2000 que participei, por

causa da Madeira». Sr. Deputado, não foi ouvido! Já reparou? Leu? É que, se calhar, o Sr. Deputado não leu.

Já viu as referências que há à Madeira, no próprio documento? Se calhar, não foi ouvido.

Sr. Deputado, o CDS tem estado sempre numa lógica construtiva, de apresentação de propostas. Ainda hoje

disse que deve haver denominadores comuns, que o que está em causa é o interesse nacional e que, por isso,

devemos ter mais pontos de encontro do que divergências naquilo que são matérias de longo prazo, a 10 e a

20 anos, a nível das próprias infraestruturas e dos investimentos que temos de fazer.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado, faça favor de terminar.

O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente. O CDS disse isso hoje de manhã, e repito-o agora aqui, o Sr. Deputado ou não ouviu ou não percebeu.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, do PAN.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A apresentação do Orçamento do Estado para 2021 surgirá num período particularmente complexo da nossa vida comum, porventura o mais

complexo desde que vivemos em democracia, o que ganha especial relevância se nos lembrarmos de que o

País já teve necessidade de ser assistido pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) por três ocasiões.

A COVID-19 veio alterar irremediavelmente o nosso quotidiano e plantou incertezas quanto ao nosso futuro,

incertezas, essas, que num passado recente convocaram o Estado, nas suas diferentes dimensões, a marcar

presença com medidas pontuais, mas que agora exigirão uma resposta categórica nos mais variados domínios.

Nunca como agora os cidadãos precisaram tanto do Estado e nunca como agora o Estado terá um papel tão

preponderante para assumir. E é justamente sobre um desses papéis que queremos hoje falar: o papel do

Estado para com os jovens e para com o que lhes é devido.

Recentemente, o Conselho Nacional de Juventude apresentou um pacote de medidas com o qual pretendeu

contribuir para assinalar preocupações legítimas relativamente à recuperação da vida económica e social do

País e também aos jovens e ao contexto em que se integram em Portugal. Este documento reforçou a ideia de

que a COVID-19 veio trazer problemas adicionais aos jovens, a nível da saúde, em particular da saúde mental,

com um aumento dos níveis de ansiedade, agravados por um aumento de hábitos de risco, como a

sedentariedade ou a fraca qualidade do sono, mas também a nível das questões relacionadas com o ensino e

com o emprego, onde foram notadas, respetivamente, dificuldades em acompanhar as aulas online ou falta de

material de acesso ao estudo e a diminuição das condições de trabalho, queixando-se os jovens de horários