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17 DE SETEMBRO DE 2020

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O Sr. Alexandre Poço (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, efetivamente, hoje, quando analisamos a situação da juventude em Portugal, percebemos que ela já não está

«à rasca», está verdadeiramente «à rasquinha». E podemos dizê-lo em várias áreas, onde, infelizmente, o

Governo do Partido Socialista está desaparecido, não responde à chamada. E não responde à chamada, quando

se trata, por exemplo, de ter capacidade para apresentar uma única proposta, uma única resposta a milhares

de jovens que estão a perder o seu emprego, com a taxa de desemprego jovem a passar os 25%, valor bem

acima da média europeia.

Mas há também uma situação que não tem resposta do atual Governo, quando, ao fim de cinco anos,

continuamos a ouvir as mesmas promessas, os mesmos objetivos, os mesmos planos reciclados nas políticas

de habitação, quer para o acesso ao Porta 65, quer para a nova agenda de políticas de habitação.

Por isso, Sr.ª Deputada, o Grupo Parlamentar do PSD entende que, neste momento, em que os jovens mais

precisavam de uma resposta para fazer face aos seus desafios, designadamente no acesso à habitação — e

recordemos que os jovens portugueses são dos que mais tarde se emancipam a nível europeu —, o Governo

desapareceu.

Assim, as propostas e ideias que apresentou, na tribuna, terão de ter uma consequência concreta. Irá o PAN

ajudar a travar a sangria do desemprego jovem? Irá o PAN fazer com que o Governo, ao fim de cinco anos,

comece a concretizar políticas de habitação jovem? Ou irá o PAN continuar a ser conivente com as políticas

socialistas que fazem com que a minha geração, com que as gerações mais novas deste País olhem para o

futuro e nada mais vejam do que um funil, um funil onde se perdem as suas oportunidades e onde cada vez é

mais difícil ser jovem.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, tem a palavra para responder.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, desde já, queria agradecer as questões colocadas quer pela Sr.ª Deputada Maria Begonha, quer pelo Sr. Deputado Alexandre Poço.

Relativamente às questões que me colocaram, desde logo, cumpre-me reforçar a preocupação com o

combate à pobreza, para conseguirmos, de alguma forma, resgatar e quebrar os ciclos que se vêm repetindo e

que impedem que os jovens, em particular aqueles que estão numa situação de maior vulnerabilidade

socioeconómica, saiam da pobreza e consigam garantir o acesso a empregos mais estáveis, combatendo a

precariedade.

Em relação aos programas de empregabilidade, obviamente que todas as medidas são bem-vindas e

aceitamo-las. É importante que o Estado esteja a fazer esse caminho, mas temos de aprofundar essas mesmas

medidas, desde logo, apostando em alguns incentivos, como o da exclusividade dos médicos, que já debatemos

nesta Assembleia e que é apenas um exemplo de uma medida que, de alguma forma, pode promover a captação

de talento para não perdermos um investimento de formação de excelência no nosso País, que acaba muitas

vezes por ir para o estrangeiro. Recordo que, no último Orçamento do Estado, vimos chumbada uma medida

que era da mais elementar justiça e que tinha a ver com uma estratégia para a integração profissional dos jovens

NEET, que não têm emprego nem acesso à educação.

É preciso fazer mais e esperamos que o PS esteja disponível para dialogar. Vamos ter em debate um novo

Orçamento do Estado e esperamos que estejam disponíveis para acompanhar as propostas que o PAN não

deixará de fazer neste domínio.

Relativamente às questões que o Sr. Deputado colocou, serei forçada a relembrá-lo de que Portugal assistiu

já a três intervenções do FMI. Os sucessivos Governos que têm alternado no poder não têm dado respostas a

nível de investimento em áreas estruturais para o País, tais como a habitação, a educação e o Serviço Nacional

de Saúde. Portanto, Sr. Deputado, o PAN não se tem eximido de fazer a sua parte, propondo diversas medidas

para dar respostas, seja no âmbito da juventude, seja nas demais dimensões da crise que afeta o nosso País.

Aquilo que esperávamos, e aquilo com que esperamos também contar, no próximo Orçamento do Estado,

da parte do PSD, era que as propostas não merecessem uma razia de chumbos e rejeições como os que temos

visto em orçamentos anteriores, seja no Orçamento do Estado, seja no Orçamento Suplementar.