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I SÉRIE — NÚMERO 1

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Por isso mesmo, e de acordo com a ideia que defendemos de valorização e dignificação da carreira militar,

entendemos que este é um desígnio que tem de ser alcançado, assim haja vontade do Governo, pois mais vale

tarde do que nunca.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — De seguida, para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, do PEV.

O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr. Presidente, queria, em primeiro lugar e em nome do Grupo Parlamentar de Os Verdes, saudar os milhares de cidadãos que deram corpo a esta petição, bem como as

várias associações que a promoveram. Portanto, saúdo os peticionantes, a Associação Nacional de Sargentos,

a Associação dos Profissionais da Guarda, a Associação de Oficiais das Forças Armadas, a Associação

Socioprofissional da Polícia Marítima e a Associação de Praças.

Temos, assim, um conjunto significativo de associações e milhares de cidadãos que reclamam justiça para

militares, profissionais da GNR e da Polícia Marítima.

Em jeito de antecipação, gostaria de dizer que Os Verdes acompanham integralmente as preocupações e os

objetivos manifestados pelos subscritores desta petição. De facto, e como de resto é recordado pelos

peticionantes, o Decreto-Lei n.º 65/2019, ao não permitir corrigir as consequências do tempo de congelamento

na progressão das respetivas carreiras, veio impor um tratamento discriminatório, injusto e até indigno para com

os militares das Forças Armadas, os profissionais da GNR e da Polícia Marítima.

Ora, esta discriminação ocorre apesar de a Lei do Orçamento do Estado para 2018 ter procedido ao

reconhecimento do descongelamento das carreiras e das progressões para todo o universo dos trabalhadores

da Administração Pública, que, recorde-se, estavam há cerca de uma década sem conhecer qualquer

progressão na carreira. Ou seja, a Lei do Orçamento do Estado para 2018 reconhece o descongelamento das

carreiras e progressões, mas o Decreto-Lei n.º 65/2019 veio reduzir esse descongelamento, de quase uma

década, para apenas 2 anos, 9 meses e 18 dias.

Por outras palavras, este decreto de 2019 acabou por impor ou tentar legalizar um verdadeiro apagão

relativamente ao tempo de serviço prestado pelos trabalhadores nas carreiras, nos cargos ou nas categorias

integradas em corpos especiais. Em causa, com esta gritante injustiça promovida por este apagão, estão

nomeadamente os militares, os profissionais das forças e serviços de segurança, mas também os professores

e educadores, os profissionais da saúde, da justiça e por aí fora.

Ora, o que se impõe é, antes de mais, ir ao encontro do que ficou estabelecido na Lei do Orçamento do

Estado para 2018, ou seja, materializar o reconhecimento que foi feito por essa lei relativamente ao

descongelamento das carreiras e progressões para todos os trabalhadores da Administração Pública. Importa,

por isso, proceder à definição de prazos e à forma de concretização da valorização remuneratória associada à

contagem do tempo de serviço das carreiras, dos cargos ou das categorias integradas em corpos especiais.

Portanto, neste sentido, Os Verdes acompanham, como, aliás, fizeram no passado, todas as iniciativas que

procurem remover esta injustiça instalada.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado António Filipe, tem a palavra, mas dispõe apenas de 1 minuto e meio.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, no momento em que estamos quase a fechar este debate, queria esclarecer alguns equívocos.

Evidentemente, esta é uma petição subscrita por cidadãos, por militares das Forças Armadas, por

profissionais da GNR e da Polícia Marítima. Foi esta sua iniciativa, enquanto peticionários, que suscitou a

apresentação do projeto de lei do PCP que estamos hoje a discutir, mas o projeto do PCP não diz apenas

respeito a estas carreiras, diz respeito a todas as carreiras especiais. Ou seja, no momento em que queremos

apoiar e dar uma satisfação às reivindicações destes peticionários, entendemos que o regime deve ser aplicável

a todos os trabalhadores das carreiras especiais que foram prejudicados, efetivamente, por aquele longo apagão

de mais de nove anos de congelamento das respetivas carreiras.