O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

17 DE SETEMBRO DE 2020

53

A Sr.ª Deputada Cristina Jesus refere-se aos custos e diz que tal não é possível pelos custos que implicará.

Ora bem, estes custos existiram e quem os pagou foram os trabalhadores!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. António Filipe (PCP): — Ou seja, foram os funcionários das carreiras especiais que, ao longo destes longos nove anos, tiveram de suportar integralmente os custos do congelamento das carreiras e, também, os

custos dos cortes de subsídios que lhes foram impostos, durante vários anos, pelos Governos do PSD e do

CDS.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. António Filipe (PCP): — Esses trabalhadores pagaram esses custos e não ficaram nove anos mais novos do que os outros, o tempo passou por todas as pessoas, também pelos funcionários públicos.

Portanto, é justo que aquilo que eles pagaram, com as suas condições de vida, nestes anos, lhes seja

ressarcido. Não propomos que seja de imediato, mas que se encontre um faseamento negociado que permita

dar essa satisfação.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado António Filipe, tem de terminar.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, vou terminar. Finalmente, a Sr.ª Deputada Olga Silvestre vem dizer-nos que há carreiras que têm de ter um tratamento

diferenciado. Sr.ª Deputada, cada carreira tem a sua especificidade, mas não deve haver aqui tratamentos de

favor para ninguém. Todos foram prejudicados, todos devem ser ressarcidos pelos prejuízos que tiveram!

Aplausos do PCP e do PEV.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Sr. Deputado João Vasconcelos, tem a palavra. Dispõe ainda de 1 minuto e 24 segundos.

O Sr. João Vasconcelos (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, efetivamente, como refere a petição, há um tratamento injusto, discriminatório e indigno para os militares das Forças Armadas e para os

profissionais da GNR e da Polícia Marítima.

Entendemos que, por força do Decreto-Lei n.º 65/2019, essa injustiça atingiu também outros trabalhadores

dos corpos especiais da Administração Pública. Mas, tendo em conta que foi aqui apresentada esta petição, não

quisemos extrapolar o sentido dela, embora consideremos que todos os trabalhadores nessa situação recebem

esse tratamento indigno.

De facto, o PSD vem falar de custos e o PS vem dizer que o País não aguenta: umas vezes é a troica, outras

vezes é a situação financeira, outras vezes é a pandemia, outras vezes é isto e aquilo. Mas o que não faltou, ao

longo de todos estes anos, foram muitos milhões para a banca, para a banca agiota, para a banca vigarista e

para os concessionários privados das PPP (parcerias público-privadas), que delapidam o País em muitos

milhões de euros.

É preciso ver isto com olhos de ver, com certeza, e é por isso que o Bloco de Esquerda apresenta este projeto

de resolução, para que o Governo corrija, efetivamente, aqueles mecanismos de injustiça, aqueles mecanismos

discriminatórios, aqueles mecanismos indignos que atingem os profissionais contemplados nesta petição, mas

entendemos que ela deve ir muito mais além, pois não há cidadãos privilegiados em relação à mesma matéria.

Esta petição merece tal tratamento e, repito, não quisemos extrapolar para além do que a mesma refere.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Damos, assim, por terminada a discussão do segundo ponto da nossa ordem de trabalhos.