18 DE SETEMBRO DE 2020
13
premente de intervir no plano social relativamente aos trabalhadores da COFACO na ilha do Pico, e sobretudo
por esse motivo, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista acompanhará esta iniciativa.
Aplausos do PS.
O Sr. Paulo Moniz (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Boa decisão!
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado João Almeida, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Como já foi dito e é sabido por qualquer pessoa que conheça a ilha do Pico e, concretamente, o concelho da Madalena, a COFACO
foi, durante anos, durante décadas, uma instituição muito para além de uma empresa. Ela tinha um impacto
económico e social relevantíssimo para o concelho, para a ilha e até para a região, por dizer respeito a uma
indústria tradicional, a indústria conserveira, que, obviamente, tinha ali um dos expoentes máximos a nível
nacional, quando, no resto do contexto nacional, foi perdendo a sua importância.
Acontece que o encerramento da empresa, tendo a empresa esse impacto, teve igual consequência do ponto
de vista económico para a ilha e do ponto de vista social para todos aqueles que trabalhavam na COFACO e
para as suas famílias.
O CDS, desde o início, acompanhou esta matéria, quer no âmbito regional, quer no âmbito nacional. Em
janeiro de 2018, levantámos, pela primeira vez, a questão. Nessa altura, apresentámos, na Assembleia
Legislativa da região, uma proposta para que se criasse, na comissão permanente de economia, um grupo de
trabalho para acompanhar a questão da COFACO. Esse grupo de trabalho foi aprovado por unanimidade e foi
criado na sequência disso.
Depois, por várias vezes, no Parlamento, primeiro, através de um projeto de resolução, em 2018, segundo,
através de discussões no orçamento para 2019 e para 2020, estivemos sempre ao lado daqueles que aprovaram
condições tão boas quanto as possíveis para aqueles que perderam os seus empregos na COFACO.
Que condições são estas? Primeiro, reduzir os requisitos de acesso às prestações sociais, ou seja, permitir
que todos acedam a estas prestações sociais sem haver restrições. Depois, majorar essas prestações sociais.
Porquê? Porque, conhecendo o contexto da ilha, do concelho e aquele contexto social, uma situação de
desemprego, por despedimento coletivo e por encerramento de uma unidade industrial, não é, obviamente, a
mesma coisa na Madalena do Pico ou em outro qualquer concelho do País. A dificuldade de encontrar uma
alternativa é, obviamente, muito maior do que em muitas outras situações e isso justifica a terceira medida.
O prolongamento do prazo destas prestações sociais serve, exatamente, para que, perante esta dificuldade,
as pessoas possam durante mais tempo ter este apoio.
Como disse, o CDS esteve sempre do lado dos que apoiaram estas iniciativas. Hoje, voltaremos a estar,
como em 2018, quando propusemos, na Assembleia Legislativa da região, a criação do grupo de trabalho, ao
lado dos ex-trabalhadores da COFACO e das melhores condições possíveis para que o impacto para estes e
para as suas famílias seja minimizado.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Pires, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas: Os debates na Assembleia da República sobre a situação da COFACO e seus trabalhadores não são uma novidade, nem aqui, nem,
infelizmente, na Assembleia Legislativa dos Açores.
Por isso mesmo, em 2017, o Bloco de Esquerda, nos Açores, foi o primeiro a interpelar o Governo Regional,
na altura, sobre a anunciada deslocalização da fábrica e as consequências que isso traria para centenas de