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I SÉRIE — NÚMERO 2

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novo. E, de facto, uma coisa é certa: alguma coisa vai mal, porque se assim não fosse as tragédias que

aconteceram não teriam tido o impacto tão grave que tiveram.

Por exemplo, pegando agora nesta última intervenção, praticamente um terço do nosso País não tem

veterinário municipal, o que pode ser um fator relevante.

A ideia da iniciativa que propus é que se crie uma equipa no seio da proteção civil, dando liberdade ao

Governo para regulamentar como achar adequado.

De resto, estou absolutamente disponível para discutir qual a melhor forma de prevenir situações como esta,

sendo que, de facto, a proteção animal é aqui a prioridade.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Manuel Rola, do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: É verdade que a proteção civil é o nosso garante de proteção em situações de catástrofe e é também o garante de bens e animais. E se é

necessário estruturar uma resposta integrada e, além da fiscalização, garantir a planificação e a prevenção,

também é verdade que a missão tem de estar atribuída à proteção civil e integrada em todos os âmbitos da sua

atuação, garantindo-se os trabalhadores, a integração da formação e a preparação para este âmbito.

Neste sentido, o processo de especialidade pode, de facto, garantir não só a participação da Associação

Nacional de Municípios como a da própria Autoridade Nacional para a Proteção Civil e a de um vasto conjunto

de entidades que melhorem estas iniciativas.

Mas se não tomarmos a iniciativa de as aprovarmos e garantirmos que existe um processo de especialidade,

nada se alterará. Continuaremos a ter o problema dos incêndios. Teremos, de facto, as comissões municipais

para o combate aos incêndios, mas não teremos comissões que garantam a proteção civil e que os municípios

tenham esse planeamento que é definido pela lei geral, como já é definido a nível dos incêndios rurais.

Neste sentido, e porque o Estado também tem falhado na componente relativa aos veterinários municipais

nomeados pela DGAV, o Governo, o Estado deve também garantir que faz todo o esforço em alocar meios,

profissionais e da proteção necessária à proteção civil.

Estamos dispostos a trabalhar neste diploma.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Fernando Negrão): — Para encerrar o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, do PAN.

A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Precisamente quando se traz aqui uma proposta que visa integrar os médicos veterinários nas diferentes esferas ou dimensões da proteção

civil — e não nos podemos esquecer que ela tem uma dimensão não apenas municipal, mas também distrital e,

muitas vezes, ao nível do governo central, um âmbito nacional — que é fundamental reforçar com quem tem a

aptidão técnica para o efeito, que são os médicos veterinários, não deixa de ser manifestamente curioso, ouvir,

em particular o PSD, sair em defesa da DGAV e rejeitar e afastar a possibilidade de integrarmos os médicos

veterinários, que são quem tem este conhecimento, como propomos.

Isto é não só incoerente como põe em causa um princípio de saúde pública, que tão bem apregoa, e que

acompanhamos, obviamente, como também o conhecimento para salvaguardar o bem-estar animal.

Não há alargamento possível ou solução mais eficaz do que dotar a proteção civil de uma figura jurídica,

criada e prevista na legislação, para que depois possa ser materializada. E quanto a isso estamos inteiramente

disponíveis para trabalhar em sede de especialidade. Mas não podemos deixar de convocar, em particular o

PSD e o Partido Socialista, que têm aqui a opção de não ter a proteção animal apenas como uma mera bandeira

eleitoral que se agita em tempos de campanha, mas que, quando são chamados a alterar a lei e a torná-la

eficaz, voltam a deixar os animais para trás e a ignorar o seu sofrimento.

Da mesma forma, também o PCP, na sua ótica, acha que está sempre tudo bem, portanto, não há nada a

alterar, quando, na verdade, temos milhares de animais a morrer em contexto de incêndio, seja no âmbito da

pecuária, dos animais de companhia ou da biodiversidade.