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I SÉRIE — NÚMERO 19

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Excluindo os juros e as medidas do layoff que têm a ver com os subsídios, toda a restante despesa primária

cresce no próximo ano, para responder à crise, 4% face a 2020. Portanto, é uma medida do lado da despesa,

para financiar o investimento público, para financiar o SNS, para financiar a educação, ou seja, temos um reforço

bastante significativo da despesa nos serviços públicos, e também para apoiar as pensões e as prestações

sociais.

Queria também dizer que Portugal é dos poucos países — e isso também tem a ver com a forma como

chegámos a esta crise — que, na Europa, apresenta um Orçamento que é claramente anticíclico, que não tem,

ao contrário de outros países, uma redução do défice estrutural, porque estamos apostados na recuperação da

economia e do emprego e na proteção dos rendimentos.

E fazemo-lo de uma forma que é sustentável e responsável.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Vamos passar a um terceiro bloco de pedidos de esclarecimento, aos quais o Sr. Ministro das Finanças já informou a Mesa de que responderá em conjunto.

Para esse efeito, tem a palavra a Sr.ª Deputada Lara Martinho, do Grupo Parlamentar do PS.

A Sr.ª Lara Martinho (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr. Ministro das Finanças, gostaria de começar por saudá-lo pela apresentação deste Orçamento,

neste momento tão difícil, acima de tudo, por não ter optado por uma política de austeridade, que penalizaria

ainda mais as famílias, as empresas e os trabalhadores, mas, sim, por um reforço no combate à pandemia, na

proteção das famílias e no apoio às empresas.

Este é, sem dúvida, o Orçamento mais social dos últimos anos, que reforça o caminho que temos percorrido.

E, por isso, é tão impercetível que, à partida, o Bloco de Esquerda tenha desistido deste caminho.

Este é um Orçamento social, que apoia ainda mais as famílias e os trabalhadores quando aumenta o salário

mínimo nacional, diminui o IVA da eletricidade ou aumenta as pensões.

Mas não é apenas um Orçamento social, o que era já muito positivo tendo em conta o momento difícil que

vivemos, é também um Orçamento que olha para a economia, para as empresas, quando cria linhas de crédito

com o aval do Estado, quando prorroga as moratórias dos créditos bancários e as medidas de apoio ao emprego

ou quando não aumenta os impostos.

Sr.as e Srs. Deputados, vivemos um tempo muito difícil, um tempo em que ninguém pode ficar para trás, em

que nenhuma região pode ficar para trás. E porque é nos momentos difíceis que sabemos quem está ao nosso

lado, é importante enaltecer que, mesmo estando o País a viver esta tormenta, não esquece as regiões

autónomas.

Uma vez mais, este Governo demonstra que está ao lado dos Açores e da Madeira quando cumpre a Lei das

Finanças Regionais, quando transfere um volume nunca antes visto de fundos europeus, quando garante que o

financiamento para o combate à COVID-19 não é contabilizado para o nível de endividamento, quando

cofinancia em 50% o novo hospital da Madeira e comparticipa os estragos provocados pelo furacão Lorenzo nos

Açores ou quando comparticipa as ligações aéreas interilhas ou financia o subsídio social mobilidade.

Este é o caminho que iniciámos há cinco anos e que queremos continuar. É o caminho que garante que os

Açores e a Madeira dispõem dos instrumentos necessários para ultrapassarem com confiança os grandes

desafios que têm pela frente.

Mas, Sr. Ministro das Finanças, como todos os bons Orçamentos, este Orçamento pode e deve ser

aperfeiçoado e melhorado na especialidade, e é isso que faremos nas próximas semanas, em defesa dos Açores

e da Madeira.

É que ainda existem preocupações que persistem. É importante salvaguardarmos e concretizarmos, de forma

clara, questões como a continuação e o aprofundamento da descontaminação na ilha Terceira, o

desenvolvimento da segunda fase da construção do Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, a aceleração

da construção da nova esquadra de Machico ou a garantia do acesso das universidades das regiões autónomas

aos fundos europeus.

Sr. Ministro das Finanças, estes, entre outros, são importantes investimentos para as nossas regiões e, por

isso, é tão relevante o Governo continuar a demonstrar o seu apoio aos Açores e à Madeira.