O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

29 DE OUTUBRO DE 2020

25

O Sr. Miguel Matos (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Ministros, Sr. Ministro das Finanças, o que quer dizer o PSD quando nos afirma que é contra um Orçamento de distribuição,

que apoie o rendimento?

O que está aqui em jogo é o que aprendemos da anterior crise, ou seja, se, como achavam, é preciso

empobrecer para sair da crise e, para isso, importa cortar, cortar, cortar ou se percebemos que não há procura

sem rendimento e que sem procura não há oferta.

O que está aqui em causa é se vencemos esta crise defendendo o rendimento dos portugueses ou se a

vencemos cortando no seu rendimento.

Protestos do Deputado do PSD João Moura.

Sim, foi isso que tentaram entre 2010 e 2015.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — 2010?!

O Sr. Miguel Matos (PS): — O rendimento disponível dos portugueses ajustado para a inflação caiu 10% e foi isso que revertemos a partir das eleições legislativas de 2015.

E, sim, quando chegaram as eleições legislativas de 2019, já tínhamos recuperado o rendimento disponível

real das famílias. E isto não reflete nem manuais gratuitos, nem passes mais baratos, nem outras medidas que

fizeram tanta diferença para o orçamento das famílias.

Não! O crescimento económico não foi um milagre, nem uma boleia da Europa. Foi graças à recuperação do

rendimento que voltámos a crescer mais do que a União Europeia, pela primeira vez desde que aderimos ao

euro.

Aplausos do PS.

Se isso nos deu um melhor ponto de partida para enfrentar esta crise, sabemos que é valorizando o

rendimento disponível que vamos voltar a crescer outra vez. E é isso que faz este Orçamento.

Fá-lo para quem trabalha — e, sim, Sr. Deputado André Ventura, para quem já tanto trabalhou, aumentando

o salário mínimo e as pensões mais baixas —, mas também o faz para quem perdeu o seu rendimento e o seu

trabalho e que precisa de mais e de novos apoios sociais, acima do limiar da pobreza.

Fá-lo aliviando o esforço fiscal, reduzindo o IRS retido na fonte e o IVA da eletricidade e fá-lo para quem

apoia a nossa cultura, a nossa hotelaria, a nossa restauração, através da devolução do IVA no «IVAucher».

Fá-lo para quem vive no interior, com descontos nas portagens, fá-lo para as jovens famílias, em que 11 000

crianças vão passar a ter creche gratuita.

Fá-lo também no acesso à saúde, com o fim das taxas moderadoras nos exames e fá-lo nos apoios à

contratação de jovens, com mais estágios e bolsas maiores. E tem de o fazer também com o investimento

público que, prevendo-se crescer 56%, pode igualmente criar muito rendimento.

Sr. Ministro, com a porta aberta a fazermos mais, em conjunto, à esquerda, na especialidade, não há dúvidas

de que este é um Orçamento totalmente diferente do que o que a direita fez na resposta à anterior crise, que

rejeita a austeridade, que combate a pandemia, investindo no SNS, que protege o emprego e cuida da economia.

Este é um Orçamento que, na sua conceção, valoriza as pessoas e o seu rendimento.

Podem estes ser os alicerces de uma recuperação tão rápida quanto duradoura e, sobretudo, inclusiva?

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para formular o último pedido de esclarecimento ao Sr. Ministro, tem a palavra o Sr. Deputado António Ventura, do Grupo Parlamentar do PSD.

O Sr. António Ventura (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, no passado domingo, o povo açoriano retirou a maioria absoluta ao Partido Socialista nos Açores.