O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

29 DE OUTUBRO DE 2020

41

nessas tendas? Onde é que está um plano nacional de gestão integrada de todo o sistema de saúde, incluindo

privado e social, para que ninguém fique para trás? E, Sr.ª Ministra, eu sei, como a Sr.ª Ministra sabe, que não

houve, realmente, contactos para fazer esta contratualização.

Neste momento, Sr.ª Ministra, não há plano, não há coordenação e, em cada hospital, é o salve-se quem

puder. E o Orçamento do Estado, na opinião do CDS, não traz uma solução cabal.

Enquanto os senhores não acionarem o sistema de forma integrada e especializada, a variável de controlo

orçamental é a saúde das pessoas. E digo isto de uma forma muito simples: como não há mais dinheiro e a

solução está só dentro do SNS, a única hipótese é pôr as pessoas à espera.

A obstinação do Governo em não decidir vai pagar-se com pessoas à espera de cuidados de saúde, em

listas ou fora delas. Esta não é a nossa escolha, no CDS, nem de política pública, nem de política orçamental.

E lembro que cada dia que passa, cada dia em que o Governo não decide, há 5500 pessoas que ficam sem

consulta. Isto também dava um belo gráfico para o Sr. Ministro das Finanças aqui mostrar.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem, agora, a palavra, para pedir esclarecimentos, em nome do PS, a Sr.ª Deputada Hortense Martins.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Ministra da Saúde, estamos, neste momento, num contexto complexo e todos temos de ter a responsabilidade de

responder às necessidades e aos problemas dos portugueses. E, Sr.as e Srs. Deputados, este Orçamento é

essencial! É essencial como instrumento de resposta às pessoas, às famílias e às empresas, e não se trata de

mera retórica!

Como todos nos recordamos, esta crise apanhou o mundo desprevenido. Mas Portugal pôde contar com o

nosso SNS, que tinha vindo a ser reforçado pelo Governo do PS e pela maioria de esquerda, que aprovou os

anteriores Orçamentos e defendeu o seu reforço de meios.

Naturalmente, isso foi essencial para responder à primeira fase da pandemia, para termos mais

equipamentos de proteção individual, ventiladores, laboratórios, vacinas, e conseguirmos mais profissionais de

saúde. São estes profissionais de saúde que, com a sua dedicação, cuidam das pessoas e as salvam.

E o que fazem, agora, alguns? Ignoram esta conjuntura difícil e querem pôr em risco este caminho. Os

portugueses não compreenderão isto, Sr.as e Srs. Deputados, não compreenderão aqueles que vão voltar as

costas ao reforço do SNS, não compreenderão aqueles que, neste Orçamento, lhes vão falhar e que vão votar

contra! Descolar desse caminho é não defender o SNS. Da direita, já o esperávamos, já conhecemos as receitas

do PSD, do CDS e dos restantes partidos que, agora, se juntaram à direita no nosso Parlamento. Mas o Bloco

de Esquerda escolheu voltar costas às dificuldades e, portanto, ao País.

Pelo muito que separa as soluções das governações de esquerda das soluções de direita, não

compreendemos esta situação. E não basta protestar, é preciso contribuir para as soluções.

Não esquecemos o ponto de partida, em 2015, quando o orçamento do SNS tinha despesa anual abaixo do

nível da de 2010 em 906 milhões de euros.

Não esquecemos que houve quem tivesse diminuído a despesa em saúde de tal forma que representava

uma austeridade ainda mais forte do que a contração do total da despesa pública. Isso foi feito sempre pelos

Governos de direita, repito, sempre pelos Governos de direita!

Quem sempre apoiou o SNS e o reforço do serviço de saúde foi o PS e os Governos apoiados pela esquerda.

É isso que queremos com este Orçamento, a continuidade desse caminho.

O PS inverteu o retrocesso que vinha a ser feito no Serviço Nacional de Saúde pelos Governos de direita. E,

neste Orçamento do Estado para 2021, alcançamos um valor de 12 100 milhões de euros para a saúde.

Estão, pois, errados os que não querem valorizar tudo o que foi feito, os que preferem não se comprometer

com estas soluções, que também são de apoio à economia e ao emprego.

Claro que não nos conformamos com o que ainda há para fazer. Por isso, temos de continuar a trabalhar

para alcançar esses objetivos. É este Orçamento que irá permitir melhorias nos cuidados de saúde primários,

na saúde mental e maior capacidade de resposta à pandemia. E não é só este Orçamento. Temos de nos

lembrar que temos mais instrumentos de apoio ao Serviço Nacional de Saúde e à saúde.