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29 DE OUTUBRO DE 2020

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É preciso valorizar e dignificar as carreiras, assegurar condições de trabalho, avançar no sentido da

implementação da dedicação exclusiva. Que compromissos assume o Governo nesse sentido? No Orçamento

do Estado não vemos uma única linha sobre isto.

Vivemos um problema de saúde pública e quer na sua intervenção, quer no Orçamento do Estado que foi

apresentado não se vislumbra uma medida concreta para reforçar as equipas de saúde pública.

A estrutura de saúde pública precisa urgentemente de ser reforçada, de ter capacidade de intervenção com

rapidez e eficácia. Por isso, perguntamos: vai proceder à contratação de enfermeiros e de técnicos de saúde

ambiental para reforçar estas equipas? Vai proceder à contratação de médicos indiferenciados para estas

equipas, possibilitando que possam, de facto, fazer a sua formação médica especializada nessa área? O

Governo está disponível para assegurar o pagamento do suplemento devido ao exercício das funções de

autoridade de saúde?

Aplausos do PCP e do PEV.

O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem agora a palavra, para um pedido de esclarecimento, o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do BE.

O Sr. Moisés Ferreira (BE): ⎯ Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Ministra da Saúde, o ano de 2021 será um ano sem igual e será o ano do maior desafio da vida do Serviço Nacional de Saúde.

Infelizmente, a proposta de Orçamento que o Governo apresenta não responde às exigências do momento,

nem às necessidades do Serviço Nacional de Saúde. Sabemos que, em 2021, o SNS tem de continuar a

combater a epidemia ⎯ como tem feito ⎯ e ela está a crescer. Mas sabemos também que tem de manter a sua

capacidade de atividade programada, porque não podem ficar à porta dos hospitais e dos centros de saúde os

utentes que necessitem de cuidados de saúde não relacionados com a COVID-19. E sabemos que tem de

recuperar milhões de consultas, de cirurgias e de exames que não foram feitos durante o ano de 2020. Tem de

fazer tudo isso e o Governo deveria dar ao SNS os recursos para o fazer.

Infelizmente, não dá, porque não é anunciando os mesmos investimentos que já estavam em Orçamentos

anteriores que se aumenta os recursos do Serviço Nacional de Saúde para o ano de 2021.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): ⎯ Muito bem!

O Sr. Moisés Ferreira (BE): ⎯ Não é prevendo uma transferência de mais 0,03% para o Serviço Nacional de Saúde que se vai responder aos desafios de 2021, não é anunciando a contratação de trabalhadores que já

estão no Serviço Nacional de Saúde que se vai aumentar a capacidade de resposta desse mesmo Serviço

Nacional de Saúde e não é recusando a autonomia de contratação das instituições, recusando a criação de

carreiras profissionais, recusando a valorização dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde que vamos dar

recursos aos SNS.

A Sr.ª Ministra disse que a pandemia fez atrasar a implementação de algumas medidas. Até acreditamos que

seja mesmo assim. No entanto, o Orçamento que o Governo apresenta fez desaparecer várias medidas que já

constaram em Orçamentos anteriores, como, por exemplo, a exclusividade. Isso não é culpa da pandemia, é

culpa da proposta de Orçamento que o Governo trouxe a esta Assembleia.

Vozes do BE: ⎯ Muito bem!

O Sr. Moisés Ferreira (BE): ⎯ Não dar ao Serviço Nacional de Saúde os recursos que são os necessários é ⎯ e toda a gente sabe isso ⎯ acabar por transferir para os privados cada vez mais recursos. Não dar ao

Serviço Nacional de Saúde os recursos de que o Serviço Nacional de Saúde precisa é ⎯ e toda a gente sabe

isso ⎯ drenar os recursos para os transferir para o setor privado. Isso é que é desistir do Serviço Nacional de

Saúde, isso é que é desistir do nosso serviço público de saúde.

A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): ⎯ Desinvestir nas pessoas!