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I SÉRIE — NÚMERO 19

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para que a resposta às necessidades das jovens famílias e aos idosos seja definida com medidas e objetivos

concretos relativos à criação de vagas em rede pública de creches e lares, a concretizar em 2021, e definindo-

se com clareza a responsabilidade da segurança social em ambas as áreas; propondo para o aparelho produtivo,

as MPME (micro, pequenas e médias empresas), os setores das pescas e da agricultura as medidas específicas

que assegurem preços justos à produção e, simultaneamente, garantam a articulação entre o desenvolvimento

da atividade produtiva e a elevação do poder de compra dos trabalhadores e do povo.

Não desistimos de lutar por uma justa política fiscal, aliviando a tributação em IRS dos rendimentos mais

baixos e intermédios e, simultaneamente, pondo fim à fuga para o estrangeiro de grupos económicos que devem

pagar em Portugal os impostos sobre os lucros gerados no País.

Interviremos para assegurar que o acesso à cultura, ao desporto e à fruição da vida não estejam suspensos

ou condenados a desaparecer perante as dificuldades colocadas pela epidemia.

Interviremos para que os setores estratégicos do País não continuem à mercê dos interesses dos grupos

monopolistas.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. Membros do Governo: Os problemas sanitários estão

longe de estar ultrapassados e introduzem elementos de incerteza quanto à evolução futura, perante o

agravamento de todos os indicadores económicos e sociais.

Face à dimensão dos problemas, o País não compreenderia que fossem recusadas as respostas que se

impõem. O País não compreenderia que se continuasse a colocar os interesses do grande capital à frente da

melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo. O País não compreenderia que as soluções

necessárias continuassem adiadas, subordinadas ou dependentes do défice ou da dívida.

Os trabalhadores e o povo português não devem temer as ameaças e chantagens que se possam fazer a

propósito do Orçamento. O que é e será preocupante é o Orçamento do Estado e outras opções do Governo

amarrarem a vida de milhões de portugueses à degradação económica e social.

A resposta de esquerda à situação económica e social tem de ser a do aprofundamento da democracia, da

igualdade, da justiça social e dos direitos do povo, com a subordinação do poder económico ao poder político,

seja no combate à corrupção, seja na recuperação do controlo público das empresas e setores estratégicos.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Tal como na votação na generalidade do Orçamento Suplementar, agora, com a nossa abstenção na generalidade do Orçamento para 2021, abrimos a possibilidade da discussão que é

preciso fazer na especialidade. O sentido de voto final no Orçamento dependerá da avaliação dessa versão final

do Orçamento face à resposta global aos problemas nacionais e das garantias quanto a opções do Governo em

matérias fundamentais no domínio dos salários, dos direitos dos trabalhadores ou da recuperação de

instrumentos indispensáveis à condução de uma política de desenvolvimento económico e social ao serviço do

País.

É este o nosso compromisso.

Aplausos do PCP e do PEV.

O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Catarina Martins, pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): ⎯ Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O País notou o tom com que o Primeiro-Ministro se dirigiu ao Bloco de Esquerda neste

debate.

Na verdade, não é novo. Foi assim há um ano na campanha eleitoral, exigindo uma maioria absoluta para

poder evitar uma nova geringonça. Mas esses estados de alma, já sabem, nunca nos demoveram do nosso

caminho.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): ⎯ Muito bem!