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4 DE DEZEMBRO DE 2020

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Saúde), do INSA (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge), da ACSS (Administração Central de

Sistema de Saúde) e da SPMS (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde).

Ou seja, quando precisávamos de uma estrutura focada, de uma liderança clara, de um processo testado e

de uma confiança fundada na preparação demonstrada, temos um emaranhado de decisores, uma

complexidade entrópica, um atraso condicionante e muito, muito pouco tempo para provar que seremos

capazes.

Sr.as e Srs. Deputados: Este não é o momento das narrativas que querem esconder a impreparação. Dizer

que «o plano de vacinação está a ser preparado há meses em Portugal», como afirmou Graça Freitas, ou que

«há zero risco de Portugal não estar pronto para vacinar a população», como disse a Ministra, é não só

temerário como frontalmente incorreto.

Mas, no respeito pelos portugueses e pela gravidade da situação, este ainda não é o momento de apurar

responsabilidades, este é o momento de exigir responsabilidade.

E, enquanto o Primeiro Ministro insiste em que «não vale a pena antecipar ansiedades», no CDS,

lamentamos que não tenha estado a antecipar dificuldades, a preparar o País. É que, para que nada falhe, é

das dificuldades e dos desafios que nos devemos ocupar. Por isso, o CDS tem 10 perguntas.

Em primeiro lugar, quando se iniciará a vacinação? É que uma coisa é a chegada das vacinas e outra é a

sua aplicação. Nos Estados Unidos da América, a diferença entre as duas é de 24 horas.

Em segundo lugar, tendo em conta as exigências de frio, em que instalações (e pertencentes a quem)

serão armazenadas as vacinas?

Em terceiro lugar, como será feita a distribuição e o transporte? Que locais de administração estão já

mapeados e verificados?

Em quarto lugar, já foram compradas e já estão em Portugal as seringas, as agulhas, os solventes e os EPI

(equipamentos de proteção individual) para esta aplicação? Fala-se em 22 milhões de doses, mas tem de

estar pronta a contraparte em material.

Em quinto lugar, estão identificadas e em treino as pessoas que irão aplicar a vacina? Foi previsto o

funcionamento em espelho e salvaguardado o desguarnecimento das unidades de saúde?

Em sexto lugar, quais os grupos-alvo em cada fase, qual a sua dimensão e como será feito o agendamento

da vacinação de cada pessoa desses grupos?

Em sétimo lugar, haverá um modelo de monitorização intensiva e de acompanhamento clínico?

Em oitavo lugar, será feita (e quando) uma campanha de sensibilização sobre a segurança e eficácia da

vacinação?

Em nono lugar, sendo a vacina facultativa, quantas pessoas terão de ser vacinadas para atingir imunidade

de grupo? E como vai ser monitorizada essa imunidade?

Em décimo lugar, está prevista uma operação de segurança para transporte e aplicação da vacina? Qual

vai ser o papel das Forças Armadas?

Sr.as e Srs. Deputados: Conhecemos hoje — estaremos a conhecer agora — o plano de vacinação e

esperamos que dê respostas cabais a todas estas perguntas, até porque a expectativa é a de que uma vacina

seja entregue já em janeiro.

Ninguém acha que a pandemia é responsabilidade de um governo, compreendemos que há consequências

inevitáveis, mesmo que contestemos algumas decisões, e temos, todos os portugueses, suportado o peso do

que nos é pedido.

Neste momento, está entregue nas mãos do Governo português a melhor hipótese que temos de voltar à

normalidade: uma vacina. Repito, está nas mãos do nosso Governo.

E que fique claro: todos nós desejamos que corra bem, mas nenhum português perdoará o Governo se

correr mal.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.