I SÉRIE — NÚMERO 26
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O Sr. Presidente: — Muito boa tarde, Sr.as e Srs. Deputados. Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, cinco Srs. Deputados, aos quais a Sr.ª Deputada responderá,
segundo informou a Mesa, primeiro, a um grupo de três e, depois, a um grupo de dois Srs. Deputados.
Para o efeito, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Alberto Machado, do PSD.
O Sr. Alberto Machado (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, este tema é oportuno e de capital importância para os portugueses, suas famílias e suas empresas. É a chave para salvar vidas, a nossa
economia e as nossas empresas.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Alberto Machado (PSD): — É o histórico recente relativamente à vacina contra a gripe que não nos deve deixar tranquilos e o Governo tem de aprender com os erros que cometeu.
Há poucos meses, o Governo garantiu que haveria vacina contra a gripe para todos. Quando os
portugueses se dirigiram aos centros de saúde e às farmácias, ficaram a perceber que, afinal, não era bem
assim. Com efeito, depois das promessas falhadas do Governo em relação à vacinação contra a gripe
sazonal, em que milhões de portugueses ficaram por vacinar, muitos dos quais idosos e doentes crónicos
pertencentes aos grupos de risco, sabemos que o Governo não pode voltar a falhar na vacinação contra a
COVID-19.
Mas a verdade é que, enquanto numerosos governos europeus já têm preparados os respetivos planos de
vacinação contra a COVID-19, Portugal está ainda numa fase preliminar de preparação, desconhecendo-se
ainda quase tudo. Pelo menos parece que a Sr.ª Ministra da Saúde, ao garantir que a vacina será gratuita, já
arrepiou caminho sobre a eventualidade de a vacina poder ser paga pelos cidadãos, como admitia ainda no
verão.
Há poucos dias, ouvimos a Ministra da Saúde dizer, sorridente, que há risco zero — e o termo é da Ministra
— de Portugal não estar pronto para vacinar a população durante a COVID-19. Alarmante é, no entanto, que a
mesma Ministra admita, agora, que, só na segunda metade do próximo ano, a maior parte da população
portuguesa será vacinada.
São declarações preocupantes, mas todos queremos acreditar que, desta vez, nada vai falhar.
Pergunto-lhe, Sr.ª Deputada: ainda acredita na credibilidade das promessas da Ministra da Saúde? É que
falhar não pode ser opção.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Entretanto, inscreveu-se mais um Sr. Deputado para pedir esclarecimentos, pelo que a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, responderá, primeiro, a um grupo de três e,
depois, a um outro grupo de três Srs. Deputados.
Tem, agora, a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, do IL.
O Sr. João Cotrim de Figueiredo (IL): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa, queria saudá-la, assim como ao CDS, por ter trazido ao Hemiciclo o plano de vacinação contra a COVID-19. Não é certamente
uma panaceia, mas é, tomada individualmente, a ferramenta mais importante, não só para recuperar a
normalidade social e económica, mas também para dar esperança aos portugueses.
Isso será verdade, se duas coisas acontecerem: se o Governo for capaz de dar confiança não só quanto à
eficácia e segurança da vacina mas também quanto ao modelo da sua implementação — coisa que, pelas
várias situações já aqui trazidas por outros Srs. Deputados, não me parece muito fácil —, e se, apesar das 10
questões pertinentes que a Sr.ª Deputada aqui deixou, as coisas correrem efetivamente bem.
Convém assinalar que, até hoje, continua a ser de conhecimento mais ou menos generalizado que haverá
vacinas disponíveis a partir de janeiro. Ora, é um erro deixar perpetuar esta ideia porque vai demorar bastante
mais tempo do que isso o começo da vacinação dos portugueses.
Portanto, mesmo no primeiro passo, que é o da gestão de expectativas, o Governo já está a falhar. E está
a falhar também noutra dimensão importante, que é esta: cada mês que possa antecipar o atingir da tal