4 DE DEZEMBRO DE 2020
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querem que a vacina chegue a cada rua, a cada avenida, a cada aldeia de Portugal, seja através do público ou
do privado, sem setor ideológico, sem cegueira ideológica, sem cegueira alguma, pelos portugueses.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder aos três pedidos de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Antónia Almeida Santos, a nossa amizade é recíproca, mas, Sr.ª Deputada, no meio de tanta amizade, não devo ter recebido o meme em que a
Sr.ª Deputada me dizia o que é que eu tinha de expor hoje na declaração política, qual era o tema que eu tinha
de escolher e veja lá que então eu exerci a liberdade que cabe ao grupo parlamentar, e decidi escolher um
tema que até me pareceu ser o tema do dia.
Lamento imenso não estar a obedecer à cartilha do Partido Socialista, mas, ainda, assim, Sr.ª Deputada,
como sou uma pessoa consciente, e até bem-comportada, estive a assistir, em regime aberto, no YouTube, à
sessão do Infarmed. Se calhar, a Sr.ª Deputada não sabe, mas não é preciso mesmo ir lá, há agora uma coisa
que se chama «à distância» e nós podemos assistir e, portanto, eu assisti à distância à reunião do Infarmed.
Eu sei que o PS lida mal com a questão da transparência, mas agora é assim, é tudo feito em broadcast, nós
podemos ver, e, portanto, eu assisti.
De facto, a Sr.ª Deputada pede muita confiança naquilo que lá foi dito, mas eu estou muito habituada a
confiar sabe em quê, Sr.ª Deputada? No trabalho, na preparação e na liderança correta dos processos.
A Sr.ª Maria Antónia de Almeida Santos (PS): — Liderança?!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Mas aquilo que vi até agora, Sr.ª Deputada, foram frases e o único facto sólido que realmente me reforça a confiança é saber que Portugal entrou — e muito bem — na compra
conjunta da Comissão Europeia das seis vacinas. E é só por essa razão que, de facto, confio que vai haver
vacinas em Portugal. É só por essa razão!
De qualquer das maneiras e continuando esta discussão, Sr. Deputado Moisés Ferreira, digo-lhe o
seguinte: o plano está a ser apresentado agora e, das duas, uma, ou todas as perguntas que o CDS aqui fez,
que dão voz às perguntas de muitos especialistas, porque, como sabe, eu própria não sou e, portanto, não sou
eu que discorro estas ideias, mas ou, de facto, estão a ser respondidas… E olhe, também não se perdeu
grande coisa, foi num momento educativo para os Srs. Deputados e gerou aqui alguma matéria para pensar.
Ou não responde e mais vale fazer as perguntas antes do que as queixas depois, apontar o dedo e desertar
dos parceiros depois quando já não estamos tão satisfeitos.
Finalmente, Sr. Deputado André Ventura, quanto às farmácias, eu diria que não há hipótese de que as
farmácias comunitárias não venham a ser, em fases subsequentes, incluídas no processo de aplicação da
vacina, como, de resto, acontece em vários outros países, como o Reino Unido, a Irlanda, o Canadá, a
Austrália e, sim, também, os Estados Unidos que não têm nenhum pecado original nesta matéria.
Portanto, percebo que não possam ser incluídas logo numa primeira fase, até por uma questão logística,
como já aqui foi dito, da própria forma como as vacinas chegam a Portugal, mas é impossível que se atinja a
capilaridade desejada sem recorrer também às farmácias comunitárias que são, de resto, parceiras aceites
pelo Governo, no que diz respeito à vacina da gripe.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Bem sabemos que continuamos a viver uma crise sanitária sem precedentes, que nos obrigou a novas medidas restritivas,
medidas de limitação das liberdades dos cidadãos e com consequentes impactos socioeconómicos. Mas se,
quando surgiu esta crise sanitária, não sabíamos ainda bem quanto tempo teríamos de viver com esta