I SÉRIE — NÚMERO 26
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A Sr.ª Helga Correia (PSD): — Por isso, Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, o Grupo Parlamentar do PSD gostaria de saber qual é a opinião do PAN relativamente a estas matérias.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — O próximo pedido de esclarecimento cabe ao Grupo Parlamentar do PCP.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real, cumprimento-a também pelo tema que nos trouxe na declaração política que aqui fez, começando, desde já, por dizer que o PCP
apresentou, em sede de Orçamento do Estado, mas não só, porque o fizemos também ao longo desta
Legislatura, um alargado conjunto de propostas exatamente no sentido da defesa das micro, pequenas e
médias empresas, que são aquelas que têm sido fortemente atingidas pela realidade que hoje vivemos.
Temos defendido que se têm de criar as condições necessárias para a manutenção da atividade dessas
empresas, inclusive em vários setores que têm sido fortemente atingidos pelo surto epidémico, como a
restauração, o turismo e vários setores dos serviços, e temos apresentado alargadas propostas nesse sentido.
Mas, ao mesmo tempo, é também preciso garantir que os trabalhadores e as populações têm salário e
rendimento para poder haver uma dinamização do mercado interno que permita que a nossa economia
efetivamente sobreviva. E é também sobre isso que gostaríamos de lhe colocar algumas questões que têm a
ver, exatamente, com a garantia dos salários por inteiro aos trabalhadores que estão em layoff, aliás como o
PCP propôs no Orçamento do Estado, proposta essa onde estão também previstos mecanismos de apoio
público à manutenção do emprego, dirigidos, especificamente, às micro, pequenas e médias empresas, para
que elas possam, de facto, ter condições para continuar a assegurar o salário desses trabalhadores. Isso, para
nós, é absolutamente fundamental, por aquilo que se garante também nas condições de muitas famílias, no
nosso País, que, como a Sr.ª Deputada aqui referiu, são condições mínimas e dignas de vida.
Para terminar, há também outras matérias que importava aqui abordar do ponto de vista dos próprios
apoios sociais. Refiro-me a questões que têm a ver com a proteção social de muitos que não acedem a um
conjunto de instrumentos de proteção social, tendo também o PCP apresentado aqui várias propostas nesse
sentido, no sentido de garantir a proteção social de muitos trabalhadores.
Mas, ao mesmo tempo que se garantem estas medidas de emergência, é preciso tomar medidas de fundo
e transversais, nomeadamente em matéria de combate à precariedade e ao desemprego, mas também da
defesa dos postos de trabalho e da proibição dos despedimentos, como o PCP propôs.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada Diana Ferreira, tem de concluir.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Mesmo para terminar, o que gostaríamos de perguntar também à Sr.ª Deputada é se não entende que, além das medidas de emergência para responder ao atual momento, têm de
ser tomadas, ao mesmo tempo, medidas de fundo para que a realidade que hoje vivemos não se volte a
repetir no futuro.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder a este conjunto de pedidos de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Sousa Real.
A Sr.ª Inês de Sousa Real (PAN): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Helga Correia, agradeço, desde já, as questões que nos colocou.
Evidentemente, para o PAN, é fundamental a existência de apoio à economia social, o que não
conseguimos compreender é como é que esta Assembleia, em sede de Orçamento do Estado — e o PSD,
aqui, também tem responsabilidades —, rejeitou uma proposta que visava garantir o alargamento dos apoios
sociais, na esfera da economia social, às organizações não governamentais de utilidade pública, que se viram,
assim, impedidas de recorrer a estes apoios.