I SÉRIE — NÚMERO 26
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Por isso, o que digo é que a opção ideológica que levou à privatização dos CTT, se calhar, como diz o
vosso Vice-Presidente David Justino, foi aquela arruada liberal, porque só isso justifica que se privatize uma
empresa como os CTT.
Sr. Deputado, também tenho a dizer-lhe, agora em jeito de informação, o seguinte: nós não apresentámos
nenhuma iniciativa hoje, tratou-se de uma declaração política. O Sr. Deputado diz «esta iniciativa do PEV é
uma contrapartida por causa do Orçamento do Estado». Sr. Deputado, não sei de que iniciativa está a falar,
Os Verdes não trouxeram aqui nenhuma iniciativa legislativa para discutir, portanto, a resposta é dada com
uma pergunta: qual iniciativa, Sr. Deputado?
Sr.ª Deputada Isabel Pires, de facto, os CTT foram um mau exemplo em termos de privatização. Ninguém
entende como é que uma empresa que dava lucros ao Estado, que tratava bem os trabalhadores e que
prestava um serviço de altíssima qualidade, reconhecido até no plano internacional, tenha sido privatizada.
Não há qualquer justificação razoável para argumentar em defesa da privatização dos CTT e, de facto —
termino já, Sr. Presidente —, consideramos que a sua gestão deve ser pública. E como estamos em crise,
esse é mais um motivo para que se proceda à reversão da privatização dos CTT.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado José Luís Ferreira, eu não fiz qualquer sinal para que terminasse, o Sr. Deputado é que entendeu terminar!
O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — O Sr. Presidente estava a olhar na minha direção!
Risos.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, vou deixar de olhar para quem quer que seja!… Enfim, o Sr. Deputado gerirá o seu tempo conforme entender.
Tem agora a palavra, também para formular pedidos de esclarecimento, o Sr. Deputado Bruno Dias, do
PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Luís Ferreira, da parte do PCP, queremos saudar e valorizar muito a declaração política que o Partido Ecologista «Os Verdes» trouxe a esta sessão
plenária de hoje…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Dessa não estava à espera!…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — … e o retrato rigoroso, verdadeiro e contundente da situação inaceitável que está a ser vivida na empresa, no Grupo CTT e no serviço público postal no nosso País.
Continuamos a ver o desprezo com que o PSD olha para a situação das populações e dos trabalhadores
dos CTT. Vemos não só a cumplicidade e a obsessão privatizadora de toda a direita, mas também a
conivência e irresponsabilidade do Governo e do PS, que teimam em deixar correr o tempo,…
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Ah!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — … que teimam em deixar agravar os problemas, sem que haja, de facto, uma resposta a um problema político que tem de ser tratado, que é a questão da gestão pública dos Correios, que
tem de ser, de uma vez por todas, tratada e decidida ao nível do poder político em Portugal.
Queremos, daqui, da Assembleia, dirigir uma saudação calorosa, de grande respeito e valorização, aos
trabalhadores dos Correios, que nesta semana realizam uma importante jornada de luta, mais uma importante
jornada de luta em defesa dos seus direitos, pelo aumento geral dos salários, que a empresa rejeita aos
trabalhadores, enquanto ao longo dos anos acumulou centenas de milhões de euros em dividendos aos
acionistas, num autêntico bodo aos ricos para beneficiar aqueles que se apropriaram desta empresa
fundamental para o nosso País, enquanto que as populações e as pequenas empresas sofrem com as