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4 DE DEZEMBRO DE 2020

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Fica aqui a hipocrisia do Iniciativa Liberal sobre qual é o papel que o Estado deve ter na economia!

O Sr. Jorge Costa (BE): — O Estado é bom para salvar bancos!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Para salvar bancos, sim, senhor — aparentemente, o Sr. Deputado até deve ser o único que conhece o limite daquilo que vai lá parar —,…

Protestos do Deputado do IL João Cotrim de Figueiredo.

… para ajudar, efetivamente, uma empresa que tem um papel essencial na economia portuguesa já acha

que não.

Portanto, desse ponto de vista, o Iniciativa Liberal continua como sempre esteve neste debate, que é fora

dele e fora das soluções para Portugal.

O Sr. Jorge Costa (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Relativamente ao PSD, Sr. Deputado Carlos Silva, em 2016, a posição que o Bloco de Esquerda tomou é a mesma que toma hoje e que sempre tomou no que se refere à privatização —

não só esta, mas também em relação a outras privatizações.

Aquilo que deveria ter sido feito na altura era, de facto, uma nacionalização. E não pode ser escamoteado

que a privatização feita pelo Governo PSD/CDS, em 2016, ainda hoje levanta muitas dúvidas. O contrato que

foi feito ainda hoje está a levantar questões, nomeadamente quando o Governo agora decidiu obter 72,5% da

empresa.

Portanto, os alertas relativamente à privatização da TAP, da nossa parte, sempre foram dados e sempre

questionámos a forma como a empresa estava a ser gerida.

Mas, Sr. Deputado Carlos Pereira, ligando a esta questão da gestão privada, é importante reconhecermos

que, já depois da tomada de decisão, em julho, de uma tentativa de renacionalização — não na totalidade —

da TAP, o Governo manteve um tipo de gestão exatamente igual ao que estava a acontecer durante a gestão

privada. Isso foi um erro e, como bem saberá, apontámo-lo por várias vezes, nesta Casa.

Durante todos estes meses, nomeadamente desde março/abril, assistimos ao despedimento — porque, na

verdade, é isso que está em causa — de milhares de trabalhadores na TAP.

Não houve qualquer intervenção por parte do Governo relativamente à linha que vinha da gestão privada

para aquilo que aconteceu durante os últimos meses, desde julho. Não houve alteração. E nós sempre

questionámos e várias vezes requeremos que o Ministro viesse à Comissão para responder por isso, e

ficámos sem resposta.

Para terminar, Sr. Presidente, direi o seguinte ao Sr. Deputado Bruno Dias: é verdade que precisamos de

pensar a TAP para a retoma, para o futuro, não do ponto de vista conjuntural, mas para a estratégia de fundo

e de longo prazo que queremos para a economia portuguesa, que queremos para os milhares de postos de

trabalho, diretos e indiretos, que estão associados à TAP e que, neste momento, estão claramente em causa.

Uma última palavra: aquilo que dissemos, e cujo requerimento apresentámos na Comissão de Economia,

foi que o Governo não podia dizer que ia incluir — porque tem, obrigatoriamente, de incluir! — as organizações

representativas dos trabalhadores neste processo e não o fazer.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Muito obrigado, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Neste momento, há milhares de trabalhadores que estão perante uma proposta de despedimento sem qualquer alternativa, e isso não pode ser aceitável.

Por isso, esperamos que o Ministro, finalmente, venha ao Parlamento e dê as explicações necessárias ao

País.

Aplausos do BE.