4 DE DEZEMBRO DE 2020
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primeira habitação e a eliminação do adicional ao IMI (imposto municipal sobre imóveis) e de variadas taxas.
Todas estas medidas foram rejeitadas pelos coletivistas de serviço.
Noutros países, as pessoas podem escolher se querem ser atendidas num serviço de saúde público ou
privado. Por cá, o Iniciativa Liberal propôs o alargamento do SIGIC (Sistema Integrado de Gestão de Inscritos
para Cirurgia) e do SIGA SNS (Sistema Integrado de Gestão do Acesso), para que os portugueses pudessem
recorrer aos setores privado e social para recuperar as suas cirurgias e consultas em atraso. A medida foi
chumbada pela esquerda.
Noutros países, existe uma provedoria da criança e, por cá, o Iniciativa Liberal propôs um provedor-adjunto
exclusivo para a defesa dos direitos das crianças. A medida foi chumbada pelo PS, com abstenções do PSD,
do PCP, do BE e do PAN. Repare-se bem: no mesmo Orçamento em que as negociatas do PS levaram à
aprovação do Provedor do Animal, foi chumbado o Provedor da Criança.
O Iniciativa Liberal sempre será o partido da liberdade, o partido das pessoas e não do coletivo. Há
demasiados partidos a quererem ser o partido do Estado, esse grande coletivo que, em vez de servir as
pessoas, se serve a si próprio, com o único objetivo de aumentar, sempre aumentar, o seu poder sobre as
pessoas. Por isso, engana e mente, tentando fazer alguns acreditar na mentira de que há bens e serviços
gratuitos, como se alguém não tivesse pago ou não viesse a pagar quando o Estado nos dá aquilo que não é
seu.
O Iniciativa Liberal acredita na individualidade de cada pessoa, que contempla a livre associação e ajuda a
outros, coisa bem distinta do isolacionismo ou do egoísmo. Acreditamos na ordem espontânea que as
escolhas livres das pessoas criam.
Nessa ordem espontânea e livre, eis, então, o papel que um Estado liberal deve ter: proteger, em primeiro
lugar, as liberdades e os direitos das pessoas, mas garantir que os mais necessitados e os mais vulneráveis
tenham uma rede de segurança que os apoie. Não é por acaso que são os países mais liberais que têm esta
rede de segurança mais forte. É porque nesses países se cria a riqueza suficiente para que essa ajuda seja
efetiva.
No Iniciativa Liberal, não acreditamos em coletivismos, em paternalismos ou em messianismos.
Acreditamos nos portugueses: em cada português que trabalha, que empreende, que estuda, que se esforça,
que cuida, que faz as suas escolhas; nos jovens irreverentes, nos criativos, nos que arriscam; nos mais
vulneráveis que temos de proteger, nos doentes que sofrem com a teimosia ideológica do Governo.
Acreditamos nas pessoas que se envolvem na vida cívica e respeitam e defendem os valores da liberdade e
da democracia.
Acreditamos em todos os portugueses, mas nunca esquecemos que cada um é diferente. Cada um é
diferente em tudo, menos nisto: todos merecem um Portugal que lhes proporcione iguais oportunidades. Todos
merecem poder aproveitar essas oportunidades em liberdade.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Inscreveram-se dois Srs. Deputados para pedir esclarecimentos, aos quais o Sr. Deputado, segundo informou a Mesa, responderá em conjunto.
Para o efeito, tem a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, queria cumprimentar o Sr. Deputado João Cotrim de Figueiredo, que fez da tribuna um discurso que quase parecia um comício do Iniciativa Liberal
em tempos de confinamento. E permita-me que lhe diga, Sr. Deputado, que terá «misturado alhos com
bugalhos», porque ouvi-o fazer algumas caricaturas sobre o que, do seu ponto de vista, seriam outros partidos
e posso dizer-lhe apenas o seguinte: é com muita alegria que eu, como alguém do CDS, vejo aparecerem
outros partidos no espectro político a defenderem o mesmo que nós defendemos, não há anos mas há
décadas.
Porém, também gostava de lhe dizer que não dei, nem darei, lições de moral a ninguém. Mas, num partido
como o meu, que apareceu e se afirmou debaixo de bala e sob cerco, também não receberei de certeza lições
de liberdade e de liberdade individual de rigorosamente ninguém.
Sobre essa matéria, o Iniciativa Liberal faria melhor em aprender com o CDS do que imaginar que nos vem
agora dar lições, depois dos nossos 40 anos construídos debaixo de cerco e debaixo de bala.