O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 26

52

E gostava de lhe dizer, porque acredito numa alternativa para Portugal e numa alternativa do espaço não

socialista, que os partidos desse espaço não socialista e os partidos à direita devem procurar aquilo que os

une e aquilo que podem pôr em prática.

O Sr. João Paulo Pedrosa (PS): — Está enganada!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Portanto, o desafio que aqui lhe deixo tem a ver com duas matérias fundamentais. Em primeiro lugar, acreditamos ou não acreditamos que Portugal não está condenado a estar

sistematicamente nos últimos lugares de crescimento da Europa? E acreditamos ou não acreditamos que isso

se faz com iniciativa privada, com respeito pelo trabalho, com legislação laboral mais flexível e com um

sistema fiscal mais competitivo? Se sim, vamos a isso e construiremos de certeza propostas nesse sentido.

Em segundo lugar, outra matéria em que estamos certamente de acordo é na «via verde para as cirurgias»,

como propôs o CDS. Ou seja, têm os doentes de ficar à espera da ideologia ou podem ser tratados por quem

querem ao mesmo preço?

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Creio que nestas matérias podemos encontrar concordância, em vez de estarmos a caricaturar divergências.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Fernando Anastácio, do Partido Socialista.

O Sr. Fernando Anastácio (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Cotrim de Figueiredo, ali na tribuna, o Sr. Deputado fez-me lembrar a rábula daquele casal que circula na autoestrada e em que a mulher diz para o

marido: «Querido, eles vão todos em sentido contrário, estão todos fora de mão». Ora, parecia precisamente

isso o que o Sr. Deputado ali estava a fazer. Ou seja, todos nós na sociedade, nos diferentes espectros

políticos, estamos errados; o Sr. Deputado Cotrim de Figueiredo e o Iniciativa Liberal é que estão certos.

Risos da Deputada do PS Maria Antónia de Almeida Santos.

Sr. Deputado, a vida não é assim, o sol não gira em torno da terra, é precisamente o contrário. E, já agora,

a respeito de Orçamento, porque é o tema, a única coisa que registei de relevante por parte do Iniciativa

Liberal foi aquela famigerada proposta — recorda-se, Sr. Deputado? — da taxa de 15% em IRS para todos e

que, depois, já era de 15% e de 27,5%. E tinha como objetivo o quê? Todos nos recordamos: era que aqueles

que têm elevados rendimentos tivessem uma grande borla fiscal e que aqueles que pagam pouco pagassem

mais.

Recordo-me perfeitamente dessa perspetiva das propostas de alteração ao Orçamento do Iniciativa Liberal.

Disso recordo-me perfeitamente, porque essa ficou, como fica aquele ódio permanente ao setor do Estado,

quando diz «retire-se dinheiro, não se ponha mais dinheiro no Estado, não se utilize o dinheiro dos impostos

no Serviço Nacional de Saúde, nem na escola pública».

E porquê? Porque a cartilha é a cartilha do privado, ou seja, a de um Estado fraco, para que não seja

necessário, e para que a resposta seja sempre aquela dos sistemas que defende, em que, quando se chega a

um hospital, a primeira pergunta que se faz ao doente é «onde está o seu seguro de saúde?» ou «onde está o

seu cartão de crédito?».

Em Portugal não é assim, Sr. Deputado Cotrim de Figueiredo. E essa é a nossa diferença! É a diferença de

um sistema que valoriza a componente social, que valoriza a escola pública, que valoriza o Serviço Nacional

de Saúde, que valoriza, inclusive, o apoio às empresas, àquelas empresas que reclamam, e bem, os apoios

do Estado numa situação como esta. Esta é a nossa diferença, Sr. Deputado!