29 DE JANEIRO DE 2021
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o debate, que a todos os portugueses interessa, como uma caixa de ressonância de medidas que,
verdadeiramente, não são aquelas que estão a ser analisadas.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Finalmente, e porque a questão é importante, quando discutimos a matéria fundamental e fulcral da vacinação, não cedamos aos populismos e não façamos, mais uma vez, a
transformação de um debate, que deve ser sério, numa outra coisa.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente. Se se discutem critérios, é com base naquilo que está previamente fixado. E o que está previamente fixado
é a definição de serviços essenciais que também são merecedores da vacinação.
É esse o debate que deve ocorrer: é a definição desse critério e, na definição desse critério, todos os
responsáveis são chamados a fixar esse valor e, portanto, não usemos do populismo.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou largamente o seu tempo, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Tem razão, Sr. Presidente, vou concluir. Não usemos populismo e demagogia com algo que deve ser sério e que deve mobilizar todos da mesma
forma.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, pelo Governo, a Sr.ª Ministra da Saúde, Marta Temido, que aproveito para saudar e cumprimentar.
A Sr.ª Ministra da Saúde (Marta Temido): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O momento é grave e, portanto, o debate deve ser, como foi referido, sério. Portanto, sejamos sérios. Sejamos sérios a dizer que,
desde há um ano, o País, não só o Governo, vem fazendo um esforço sobre-humano no sentido de se preparar
para toda a dinâmica que esta pandemia nos tem trazido.
Fizemo-lo quando identificámos as necessidades de equipamentos de proteção individual, que comprámos
e que disputámos num contexto de mercado muito agressivo; fizemo-lo quando encomendámos e trouxemos
para o País ventiladores; fizemo-lo quando nos esforçámos por instituir regimes excecionais de contratação de
recursos humanos; fizemo-lo quando alargámos a rede laboratorial do Serviço Nacional de Saúde, abrangendo
mais de 120 unidades, entre o setor público e privado; fizemo-lo quando, em cada um destes dias, pedimos aos
portugueses que nos ajudassem a lutar contra esta pandemia.
E é por isso que, dentro de um contexto de seriedade, quando o Reino Unido notificou a Organização Mundial
de Saúde, em meados de dezembro, da existência de uma nova variante, tomámos medidas. Tomámos logo
medidas relativamente a viagens, relativamente a voos e começámos a acompanhar, o que já vínhamos
fazendo, os resultados laboratoriais com a sequenciação genética.
Por isso, o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, logo aos primeiros dias, referiu que não tinha ainda
identificado nenhuma destas variantes a circular, como informou, depois, que já identificara algumas,
concretamente na Região Autónoma da Madeira, e que, depois, estas se alargaram, na sua expressão em
termos de incidência, ao continente.
Recordo as Sr.as e os Srs. Deputados que estamos a lidar com uma doença que tem mutações e que esta
nova variante apresenta um potencial que começa agora a ser descrito como de maior letalidade.
Recordo as Sr.as e os Srs. Deputados que o próprio Governo do Reino Unido, inicialmente, se interrogou —
isso está documentado — sobre qual deveria ser a atitude sobre o encerramento de escolas face a esta nova
variante. Portanto, infelizmente, estamos a lidar com uma doença que todos os dias nos surpreende e que todos