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I SÉRIE — NÚMERO 42

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os dias nos coloca perante novos desafios. O que fazemos? Não desertamos, Srs. Deputados, continuamos,

todos os dias, a lutar.

Aplausos do PS.

Neste momento, tão difícil, em que a presença da nova variante é já estimada, de acordo com o último

relatório da Direção-Geral da Saúde, em 50% na Região de Lisboa e Vale do Tejo, continuamos a lutar. Ontem,

atingimos 7 milhões de testes realizados — foram mais de 1 milhão e 300 mil só desde o início deste mês.

Continuamos a lutar com a administração de vacinas, continuamos a lutar, com o trabalho no Serviço Nacional

de Saúde, em colaboração com todos os outros parceiros, como sempre fizemos, com a tranquilidade de quem

tem de responder todos os dias aos portugueses.

Aplausos do PS.

E, sobretudo, continuamos a lutar com o peso e a solenidade, que em momento nenhum podem ser

afastados, de que não é aceitável, não é mesmo de todo aceitável — neste dia tão carregado de simbolismo,

como foi referido pelo Sr. Presidente da Assembleia da República —, que utilizemos a morte e a doença como

argumento político. Não são, nunca podem ser e ninguém nos perdoará que o façamos.

Aplausos do PS.

Protestos do Deputado do CDS-PP Telmo Correia.

O Sr. Presidente: — Vamos passar ao segundo ponto da nossa ordem do dia, que consiste no debate do pedido de autorização da renovação do estado de emergência.

Para abrir o debate, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendes, do Grupo Parlamentar do PS.

A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Vivemos, de facto, dias dramáticos que ninguém imaginava há um ano atrás.

Há hoje mais infetados e mais mortos, uma nova estirpe inglesa deste vírus que continua a ameaçar e a

condicionar as nossas vidas; há uma vacina que ainda demora, apesar de todo o esforço, a chegar a todos para

que a imunização de grupo possa ser real. Por isso, continuamos todos a ter de viver com a máscara, a que já

nos fomos habituando, a desinfetar regularmente as nossas mãos para evitar o vírus, a manter o distanciamento

social e com ele a aumentar as saudades da família, dos amigos, da nossa vida antes de tudo isto.

Os dias tornaram-se diferentes, não há restaurantes para nos juntarmos, não há cinemas ou espetáculos

para nos levar para outros mundos, não há reuniões familiares que nos permitam saborear as memórias e

construir futuro nos ninhos que nos fizeram as pessoas que somos.

As escolas são hoje espaços vazios, onde as gargalhadas das crianças não se ouvem e onde os sonhos dos

adolescentes são adiados, onde a voz atenta dos professores não se ouve para levar as novas descobertas, e

os jardins têm um silêncio ensurdecedor.

As manhãs têm menos azáfama, porque as pessoas não vão para o trabalho. O teletrabalho passou a fazer

parte da vida das pessoas e muitos portugueses reinventaram-se no mundo das relações laborais. As angústias

de quem teme perder o seu posto de trabalho são muitas e quem perdeu o emprego enfrenta agora novas

incertezas.

Os profissionais de saúde não têm mãos a medir e, ao longo destes meses, têm salvo muitas vidas, num

esforço titânico de quem está em cenário dantesco com um inimigo invisível. Ao longo destes meses não

pouparam esforços na luta contra a pandemia, inexcedíveis e com enorme sacrifício, empenho pessoal e sentido

de missão.

Hoje, António Arnaut faria 85 anos. A ele estamos gratos e reconhecidos pela resiliência e qualidade do

Serviço Nacional de Saúde.

Aplausos do PS.