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I SÉRIE — NÚMERO 48

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Felizmente, os sinais e os atos da Administração Biden têm sido no sentido contrário. Com Biden na Casa

Branca, foi imediatamente possível desbloquear a escolha da nova diretora-geral, que é, aliás, uma cidadã de

dupla nacionalidade, nigeriana e americana, e esperamos poder trabalhar com os Estados Unidos, tendo em

conta a próxima conferência ministerial, provavelmente no fim deste ano, nesta agenda da reforma da

Organização Mundial do Comércio.

Como União Europeia, prezamos a transparência, portanto, em anexo à comunicação sobre a revisão da

política comercial, lá vem a agenda da União Europeia para a reforma da OMC. Na reunião a que presidi ontem,

entre os ministros do comércio, essa agenda da Comissão foi amplamente acolhida.

Sr. Deputado Paulo Pisco, devemos ter sempre a consciência de que foi feito um caminho para chegar às

posições que Portugal hoje ocupa no sistema das Nações Unidas. Não teria sido possível o tipo de posições

que hoje ocupamos sem o belíssimo trabalho feito pelo Prof. Diogo Freitas do Amaral, o saudoso Diogo Freitas

do Amaral, como Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas; sem o trabalho do Dr. Jorge Sampaio,

como enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas, primeiro, para a Aliança das Civilizações, e,

depois, para a Luta contra a Tuberculose; sem o trabalho de vários altos funcionários, que fazem hoje com que,

nas Nações Unidas, deixando Guterres, deixando Vitorino, tenhamos uma das vice-presidentes do Banco

Mundial, que seja português o coordenador da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano, que seja

português o police adviser para as missões de paz das Nações Unidas, que estejam portugueses em tão

destacados lugares no Programa Alimentar Mundial, que seja português o subsecretário-geral para assuntos

jurídicos, e por aí fora. É esta constelação que é importante para nós.

Dada a nossa história, dada a nossa vocação, dado o facto de sermos um Estado de dimensão média, é

muito importante, para nós, não só o multilateralismo, como, ao mesmo tempo, a capacidade de construir pontes

e a consciência de que os problemas coletivos da humanidade se resolvem melhor por via da concertação do

que por via da confrontação.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para dirigir, também, uma pergunta ao Sr. Ministro, tem a palavra o Sr.

Deputado Carlos Brás, do Grupo Parlamentar do PS.

O Sr. Carlos Brás (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.

Ministro, em primeiro lugar, queria dirigir uma saudação ao Governo, na pessoa de V. Ex.ª, pelo agendamento

da Cimeira União Europeia-Índia para o próximo dia 7 de maio, ainda por cima numa localização tão feliz como

é a cidade do Porto.

Sabemos que as democracias não se medem aos palmos, mas, de facto, quer a União Europeia, quer a Índia

são os dois maiores blocos democráticos do mundo. Ainda por cima, a Índia é uma potência económica em

crescimento e há estudos que indicam que, brevemente, até 2050, será a segunda economia mais forte do

mundo, logo a seguir à da China.

Portanto, esta cimeira reveste-se de particular importância.

Mas queria introduzir uma outra questão, que tem a ver com o peso do comércio na economia europeia, para

dar oportunidade ao Sr. Ministro de nos clarificar um pouco a nova linha de orientação da política comercial

europeia que foi difundida na semana passada. Sabemos que a pandemia tem sido um catalisador nesta matéria

e que se tem acelerado a busca de novas parcerias comerciais. Sr. Ministro, peço, então, que clarifique qual é

o ponto de situação relativamente à reforma da Organização Mundial do Comércio e aos acordos multilaterais

que estão a ser firmados.

Queria, ainda, que nos clarificasse o que significa esta dinâmica de procura de uma política comercial mais

aberta, sustentável e assertiva, sobretudo que nos clarificasse este último adjetivo — «assertiva».

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro.