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I SÉRIE — NÚMERO 48

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Na formulação da sua primeira pergunta, parecia eu nas respostas. Conhecemo-nos há muito tempo e houve

ali um jogo de palavras que não é sua característica, é mais característica minha. Evidentemente, quando o Sr.

Deputado João Oliveira perguntava porque é que nós não compramos vacinas — vejam o esforço que faço,

durante toda esta Sessão, para não dizer «vácinas», como na minha terra.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mas pode dizer!

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Eu adequo-me!

Quando o Sr. Deputado João Oliveira perguntava, há pouco, porque é que Portugal não está a comprar

outras «vácinas», evidentemente que o pressuposto da pergunta é porque é que não estão a comprar agora.

Quando terminar o processo de aquisição europeu, quando os 38 milhões de doses a que Portugal tem direito

chegarem a Portugal, se for necessário um outro esforço, por haver variantes que, entretanto, se desenvolveram,

por haver a necessidade — não sei! — de tornar o processo de vacinação um processo regular, a questão

colocar-se-á.

Portanto, tenho razão quando digo que não há nenhum impedimento a que, sucessivamente, se utilizem

outros processos que sejam, outra vez, europeus — espero eu, que sou um europeísta —, mas, evidentemente,

quando os Srs. Deputados perguntam porque não estamos a comprar novas vacinas, embora não digam o

«agora», só é possível perceber que é de agora que se trata.

Vamos então à questão da Palestina. Sr. Deputado, como sabe, a política externa da União Europeia é

assumida pelo Alto Representante, sob o nosso mandato. Neste momento, estamos numa época em que há um

elemento positivo, que é a mudança da Administração norte-americana e da sua política em relação à Palestina

e a Israel, mas há, também, um momento de alguma expectativa, visto que decorre um processo eleitoral em

Israel, com eleições em fim de março, e decorre um processo eleitoral na Palestina, com eleições sucessivas,

julgo que, primeiro, presidenciais e, depois, legislativas, na primavera e no verão. Portanto, temos, se queremos

ser razoáveis e efetivos na política externa, de ter isso em atenção.

A nossa linha de conduta é sempre mesma: é a defesa de que não há nada que melhor defenda os interesses

de Israel e os interesses da Palestina do que dois Estados vivendo pacificamente lado a lado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vai daí?...

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — Vai daí que é preciso que todos sejamos claros

a admitir o direito de Israel à existência como Estado independente e a admitir o direito da Palestina a ter um

Estado independente.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Vai daí?...

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — E esses dois processos são paralelos.

A Sr.ª Presidente (Edite Estrela): — Peço-lhe que conclua, Sr. Ministro.

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — O «vai daí» é que acompanho o Sr. Deputado

quando critica as políticas de colonização do Estado de Israel, mas faço questão de criticar, ao mesmo tempo,

o lançamento de rockets sobre população civil israelita.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: — E gostaria que o Sr. Deputado me

acompanhasse nessa crítica. No dia em que todos nós sejamos claros, teremos avançado muito no processo

de paz no Médio Oriente.

Aplausos do PS.